Num mundo onde milhões de pessoas ainda vivem na pobreza e as desigualdades estão a aumentar, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, diz que é necessário fazer um «esforço» para «ouvir e agir por aqueles cujas vozes não são geralmente ouvidas»
Num mundo onde milhões de pessoas ainda vivem na pobreza e as desigualdades estão a aumentar, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, diz que é necessário fazer um «esforço» para «ouvir e agir por aqueles cujas vozes não são geralmente ouvidas»Mais de 1,2 mil milhões de pessoas ainda vivem na pobreza extrema em todo o mundo, alerta Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), numa mensagem para marcar o Dia Internacional Para a Erradicação da Pobreza, assinalado esta quinta-feira, 17 de outubro. Este responsável recorda que as mulheres e as raparigas, de modo especial, veem o seu acesso vedado a serviços de saúde e saneamento adequados, tal como uma educação de qualidade e o direito a uma habitação digna. além disso, muitos jovens estão desempregados e não têm qualificações para responder às exigências dos mercados, acrescenta. Segundo Ban Ki-moon, a desigualdade crescente em muitos países, tanto pobres como ricos, está a fomentar a exclusão das esferas económicas, sociais e políticas. Sabemos que os impactos das alterações climáticas e a perda da biodiversidade atinge os mais pobres com maior intensidade, lamenta. Por isso, o secretário-geral da ONU refere que é necessário fazer um esforço para ouvir e agir por aqueles cujas vozes não são geralmente ouvidas: pessoas a viver na pobreza e em particular entre essas, os índios, as pessoas mais idosas, aqueles que vivem com deficiências, os desempregados, emigrantes e minorias. De acordo com Ki-moon, a única maneira de tornar a erradicação da pobreza irreversível é colocar o mundo num caminho de desenvolvimento sustentável. Para este responsável, a agenda internacional pós-2015 tem de colocar a erradicação da pobreza como a sua maior prioridade e o desenvolvimento sustentável na sua essência. Em comunicado, Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, demonstra preocupação em relação ao flagelo da pobreza. Esta realidade não resulta da falta de bens mas de uma escandalosamente injusta distribuição dos mesmos. Sem se erradicar esta injustiça não será fácil construir a paz. Sem a redução das desigualdades sociais gritantes, jamais se conseguirá ter tranquilidade pessoal e coletiva, frisa, acrescentando que todas as pessoas devem ser mais participativas na discussão pública sobre as políticas de erradicação da pobreza.