O Papa Francisco vai promover no Vaticano um encontro sobre o tráfico e a exploração de seres humano e outras formas de escravatura moderna
O Papa Francisco vai promover no Vaticano um encontro sobre o tráfico e a exploração de seres humano e outras formas de escravatura modernaPor ocasião da celebração, sexta-feira 23 de agosto, do dia internacional de comemoração das vítimas da escravatura, instituída pela Unesco em 1994, o Vaticano anunciou a convocação de uma Conferência sobre este tema, a pedido do Papa Francisco. O encontro será realizado nos dias 2 e 3 de Novembro, com o apoio da Pontifícia academia das Ciências e da Pontifícia academia das Ciências Sociais, juntamente com a Federação Mundial das associações Médicas Católicas (FIaMC). a Conferência terá como objetivo a análise do tráfico e da exploração de seres humanos e outras formas de escravidão moderna a fim de se fazer um diagnóstico real da situação e propor um plano de ação. Hoje em dia – explica o chanceler da Pontifícia academia das Ciências, o bispo Marcelo Sánchez Sorondo – as ciências naturais podem oferecer novos instrumentos a serem utilizados contra essa nova forma de escravidão, como por exemplo o registo digital para comparar o DN a das crianças desaparecidas não identificadas com o de seus familiares que tenham denunciado o seu desaparecimento. Já o Concílio Vaticano II afirmava que a escravatura, a prostituição, o mercado de mulheres e de jovens, ou ainda as desumanas condições de trabalho, com as quais os trabalhadores são tratados como simples instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis são vergonhosas e prejudicam a civilização humana, desonram aqueles que assim se comportam e ofendem grandemente a honra do Criador. alguns observadores, na opinião de Marcelo Sorondo, defendem que, daqui a poucos anos, o tráfico de pessoas superará o tráfico de drogas e de armas, tornando-se assim a atividade criminosa mais lucrativa do mundo. O tráfico internacional de cariz sexual não se limita às zonas pobres e subdesenvolvidas, mas estende-se virtualmente a todas as regiões do mundo. É nesses países que os traficantes conseguem com maior facilidade recrutar as vítimas. Devemos estar gratos ao Papa Francisco por ter identificado um dos mais importantes dramas sociais do nosso tempo e por ter depositado confiança nas nossas instituições católicas pedindo-nos que organizássemos este grupo de trabalho, conclui o chanceler da Pontifícia academia das Ciências.