Grupo de jovens de uma associação italiana esteve um mês a trabalhar para construir uma ponte em madeira junto à missão de Santa Isabel do Guiúa, em Moçambique
Grupo de jovens de uma associação italiana esteve um mês a trabalhar para construir uma ponte em madeira junto à missão de Santa Isabel do Guiúa, em Moçambique Na missão da Consolata no Guiúa existe um pequeno rio. É pequeno, mas para o atravessar, só existem duas possibilidades: uma em equilibrismo – sobre um precário tronco escorregadio – e outra, atravessando-o a pé, já que o leito é de pouca profundidade. Diariamente, são muitas as pessoas que o atravessam. a maioria, as crianças que frequentam a escola do Guiúa. É vê-las, de manhã, a chegar em fila e à tarde, a debandar em bandos de algazarra e brincadeiras. Nestas viagens muitas entram na água e lá seguem depois, com a areia a colar-se aos pés, até à escola, ou até casa. Também os doentes que vão ao posto de saúde da missão, as pessoas que vão ao mercado e tantas outras se servem deste caminho que, apesar deste obstáculo, as leva aos seus destinos. Um dia pensou-se: Porque não proporcionar uma ponte à população do Guiúa? Fizeram-se contas e concluiu-se que o projeto teria de ficar pendurado’ por algum tempo, até surgirem os meios. a comunidade quis colaborar, mas apesar da boa vontade, o seu esforço era insuficiente para suportar as despesas de material e mão de obra. No início deste ano, uma associação de voluntariado de Itália, África Oggi, à semelhança de outros anos, contactou a missão pedindo um campo de trabalho, para um grupo de jovens que viria trabalhar, durante um mês.como noutros anos, os custos do campo de trabalho seriam suportados pela associação. Neste caso, o orçamento da nossa ponte superava as quantias habituais. Deu-se porém a circunstância da organização querer homenagear o seu fundador, adriano Zanini, falecido em 2012. Procuravam uma obra que traduzisse o sonho que adriano foi concretizando na sua vida: unir povos e culturas, entregando o seu trabalho e o seu empenho. assim, a ideia de uma ponte ao serviço da população na remota missão de Santa Isabel do Guiúa, em Moçambique, ganhou forma e trouxe ânimo. Na segunda semana de julho deste ano, chegaram os voluntários cheios de entusiasmo e os trabalhadores do Guiúa deitaram mãos à obra. Estaca a estaca, colocaram-se os pilares, as vigas e as tábuas de madeira bem resistente para servir de chão. Pouco a pouco, as duas margens uniram-se e no passado fim de semana foi feita a inauguração da nova ponte de Santa Isabel do Guiúa, perante toda a comunidade. Em memória de adriano Zanini surgiu uma ponte. Crianças, doentes e população em geral atravessam já o rio, a pé enxuto. Parece que sempre esteve lá e esteve: no sonho da vida de adriano Zanini, no sonho e na entrega dos missionários cuja vida é também ela unir os povos e na energia dos voluntários que nunca deixam de acreditar que é possível construir uma vida melhor. Possa ela servir e unir os povos, como ele sempre sonhou.