as autoridades egí­pcias estão a preparar uma operação para evacuar as duas zonas da capital onde estão concentrados os apoiantes do Presidente deposto, Mohamed Morsi, alegando que as manifestações são «uma ameaça à segurança nacional»
as autoridades egí­pcias estão a preparar uma operação para evacuar as duas zonas da capital onde estão concentrados os apoiantes do Presidente deposto, Mohamed Morsi, alegando que as manifestações são «uma ameaça à segurança nacional» Os inúmeros apelos internacionais para o restabelecimento do diálogo no Egito não surtiram efeitos. O ministério do Interior emitiu um comunicado a informar que vai tomar todas as medidas para pôr fim às manifestações junto a duas mesquitas da capital e pela imprensa local circulam já informações de que o exército estará a preparar uma grande operação para fazer dispersar os apoiantes do ex-Presidente, Mohamed Morsi.com este ultimato, sem data marcada, fica cada vez mais afastada a possibilidade de uma solução para pôr fim à crise provocada pelo derrube de Morsi, pois a Irmandade Muçulmana – o movimento que apoia o ex-Presidente – recusa-se a reconhecer o novo governo provisório e rejeita acatar as ordens do ministro do Interior. Nós não ligamos aos comunicados do ministério do Interior ou do ministro dos Negócios Estrangeiros, não queremos saber se a américa ou a Europa estão a nosso lado ou contra nós. O mais importante é a determinação em prosseguirmos estes protestos e, se Deus quiser, sairemos vitoriosos, afirma um manifestante pró-Morsi, citado pelas agências Internacionais. a repressão dos protestos dos islamitas provocou já mais de 300 mortos desde a destituição de Morsi pelos militares, no início de julho. Mas este número pode vir a aumentar. O grupo armado Jema Islamya, por exemplo, reagiu ao comunicado do ministério do Interior com uma ameaça: qualquer tentativa para impor a vontade dos responsáveis do golpe militar mergulhará o país no caos, e o comandante do golpe, o Presidente e o ministro do Interior serão os principais responsáveis. a tensão crescente no país representa também um fracasso para os esforços de mediação da União Europeia. Depois da deslocação de Catherine ashton, no início da semana, e do enviado da UE para o sul do mediterrâneo, Bernardino Léon, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, deverá deslocar-se esta quinta-feira, 1 de agosto, ao Cairo para discutir com ambos os campos uma solução inclusiva para a transição política no país. Para amanhã, sexta-feira, está convocada uma nova manifestação de apoio a Morsi. Os organizadores esperam reunir no Cairo um milhão de pessoas.