Organizações não-governamentais e jornalistas sentem-se ameaçados pelo governo. Há uma alegada perseguição contra todos os que reportam os incidentes de violência que se seguiram às eleições.
Organizações não-governamentais e jornalistas sentem-se ameaçados pelo governo. Há uma alegada perseguição contra todos os que reportam os incidentes de violência que se seguiram às eleições. Um esquema organizacional que engloba mais de 250 organizações humanitárias internacionais e nacionais afirmou à agência de notícias IRIN ter sido ameaçada pelo governo. No passado sábado, 16 de Julho, oficiais do governo falaram da possibilidade de banir a organização por alegado “partidarismo político”.
a associação Cristã de alívio e Desenvolvimento (aCaD) afirma ter sido acusada de “actividades ilegais e destrutivas”, depois de ter dado voz a preocupações com a violência pós-eleitoral. “Estamos alarmados por esta ameaça pois significa que se está a calar qualquer criticismo no país”, disse Semira alhadi, vice-directora da associação.
O ministro da justiça da Etiópia convocou para terça-feira, 19 de Julho, uma reunião com os 12 dirigentes da aCaD. Por seu lado a associação pede um inquérito independente à morte de mais de 40 pessoas durante os confrontos entre as forças de segurança e os civis que protestam contra uma alegada fraude nas eleições do passado 15 de Maio.
Segundo a aCaD os meios de comunicação estão a ser silenciados e a sociedade civil marginalizada. Também condena as detenções massivas. a proibição de manifestações na capital, imposta pelo primeiro-ministro Meles Zenawi, não está a atingir os objectivos, há mortes nos confrontos com a polícia.
“Vamos manter a nossa posição, não temos que ser um partido político para exigir justiça e transparência”, disse Semira. “as nossas exigências e críticas são basicamente as mesmas que fazem os Estados Unidos e a União Europeia, mas nós somos acusados de partidarismo. Tememos que o governo esteja a começar um longo processo de abuso e detenções devido ao criticismo que temos feito”.
O ministro da informação, numa declaração enviada aos meios de comunicação oficiais, disse: “Não é segredo que esta organização não só disseminou uma campanha infundada contra o esforço contínuo de desenvolvimento feito pelo governo, mas também indica não ter intenção de colaborar como um parceiro de desenvolvimento pois cumpre uma agenda Política oculta”.
Entretanto mais dois editores de jornais foram presos no país por reportar violência pós-eleitoral.