Numa só povoação do interior do Quénia são já 24 os mortos e dezenas os hospitalizados por terem ingerido uma bebida chamada Kumi Kumi.
Numa só povoação do interior do Quénia são já 24 os mortos e dezenas os hospitalizados por terem ingerido uma bebida chamada Kumi Kumi.

a indústria e venda secreta de bebidas tóxicas mais ou menos letais é uma das pragas que afligem os membros mais pobres e marginalizados da sociedade queniana. Parte-se de um lí­quido pouco alcoólico destilado a partir de frutos e cereais fermentados, mas depois junta-se-lhe gasolina ou álcool ou metanol ou outros ingredientes químicos.
O resultado é uma mistura muitas vezes mortal ou que deixa a pessoa cega ou paralisada. Chamam-lhe aqui kumi kumi, pois o seu preço é kumi ou seja dez shelins ” dez centavos de euro ” ao copo.
Hoje mesmo os jornais e as televisões falam de 24 mortos e uns 40 hospitalizados todos residentes em duas pequenas aldeias uns 50 kms a sul de Nairobi.
a explicação é simples. Chegou uma senhora de carro com um carregamento do precioso lí­quido, vendeu-o ao desbarato aos taberneiros locais e desapareceu. O pessoal não podia deixar passar tal oportunidade, tanto mais que a bebida não actua imediatamente. Beberam quanto a pobreza lhes permitia e foram repousar.
De manhã os vizinhos começaram a notar ausências pouco habituais e foram indagar nas habitações. Encontraram vários cadáveres e dezenas de pessoas semiconscientes no torpor do delí­rio.
Se é verdade que a bebida ajuda os pobres a esquecerem a sua desventura, é verdade também que existem seres humanos que são desumanos até ao ponto de enriquecerem à custa da morte do seu semelhante.
Dai-lhes Senhor o eterno descanso mas não deis descanso de consciência àqueles que directa ou indirectamente são instrumento de morte.