Se na nossa vida «não resta qualquer espaço para Deus» também não haverá «espaço sequer para os outros, para as crianças, para os pobres, para os estrangeiros», disse o Papa na Missa do Galo na basílica de São Pedro
Se na nossa vida «não resta qualquer espaço para Deus» também não haverá «espaço sequer para os outros, para as crianças, para os pobres, para os estrangeiros», disse o Papa na Missa do Galo na basílica de São PedroNa missa solene da meia noite, deste Natal 2012, Bento XVI recordou as populações que vivem e sofrem em Belém, na Cisjordânia, terra natal de Jesus, e as de todo o Médio Oriente, e pediu a para essa região e diálogo entre os fiéis das várias religiões. Rezemos para que lá haja paz. Rezemos para que israelitas e palestinianos possam conduzir a sua vida na paz do único Deus e na liberdadeE acrescentou: Peçamos também pelos países vizinhos – o Líbano, a Síria, o Iraque, para que lá se consolide a paz Que cristãos e muçulmanos construam conjuntamente os seus países na paz de Deus. Numa reflexão sobre o fanatismo religioso e a violência, o Papa frisou que é verdade que o monoteísmo serviu de pretexto para a intolerância e a violência. É verdade que uma religião pode adoecer e chegar a contrapor-se à sua natureza mais profunda. Contudo – precisou o Papa, não é verdade que o não’ a Deus restabeleceria a paz. Se a luz de Deus se apaga, apaga-se também a dignidade divina do homem. Citando a passagem do Evangelho de Lucas, onde se diz que não havia lugar para eles (Maria e José) na hospedaria, Bento XVI pergunta: Como reagiria eu, se Maria e José batessem à minha porta. Haveria lugar para eles?Diz o Pontífice que esta é a grande questão moral sobre o modo como nos comportamos com os prófugos, os refugiados, os imigrantes que ganha um sentido ainda mais fundamental: Temos verdadeiramente lugar para Deus, quando Ele tenta entrar em nós? Temos tempo e espaço para Ele? Porventura não é ao próprio Deus que rejeitamos?Bento XVI responde à questão afirmando que, se não temos lugar para Deus, é porque nos queremos a nós mesmos, queremos as coisas que se conseguem tocar, a felicidade que se pode experimentar, o sucesso dos nossos projetos pessoais e das nossas intenções. Estamos completamente cheios’ de nós mesmos – prossegue o Papa – de tal modo que não resta qualquer espaço para Deus. E por isso não há espaço sequer para os outros, para as crianças, para os pobres, para os estrangeiros.