Os sinais exteriores do Natal europeu, numa longa e fria noite de inverno, pouco dizem ao Quénia, país equatorial com temperatura amena. a celebração natalí­cia é vivida acima de tudo como um acontecimento cristão
Os sinais exteriores do Natal europeu, numa longa e fria noite de inverno, pouco dizem ao Quénia, país equatorial com temperatura amena. a celebração natalí­cia é vivida acima de tudo como um acontecimento cristãoQuando cheguei ao Quénia, trabalhei nos primeiros anos em Nairobi, onde celebrávamos o Natal como a grande festa das crianças. através delas, tentávamos catequizar os adultos. Mais tarde, transferi-me para junto das tribos de pastores do deserto, no interior do país. aí, as crianças achavam natural que Jesus – que um dia disse: Eu sou o bom pastor – tivesse nascido entre animais. a criança queniana aprecia a beleza humana e sentimental do Natal. Não lhe é difícil compreender Jesus pobre, nascido num curral. Facilmente cria amizade e afinidade com esse menino. Olhando para a pobreza do presépio, as crianças sentem-se parte do cenário. Não lhes peçam para ter pena do pobre Jesus recém-nascido. Elas apreciam a sua pobreza e a precariedade do seu nascimento. Percorrendo este país de contrastes, encontrei com frequência crianças tão pobres que o seu único desejo era ter o pão de cada dia. Numa viagem pelo norte, pediram-me maji, ou seja água. Veio-me à memória a promessa do Senhor feita a quem der um copo de água a um dos mais pequeninos. No meio destas crianças, vivi, por assim dizer, em constante celebração natalícia. Qual poderá portanto ser o meu voto nesta quadra festiva? Que a família africana seja estável, amorosa e sã como a família de Jesus, Maria e José. Que o Príncipe da Paz, nascido na insegurança, abençoe estas suas imagens vivas, as crianças e as famílias do continente africano, onde Ele viveu como exilado os primeiros anos da sua infância.