Na missa da bênção das grávidas, uma tradição ancestral retomada em Braga, Jorge Ortiga considerou uma contradição haver leis que autorizem o aborto e benefí­cios fiscais que incentivem ao aumento da natalidade
Na missa da bênção das grávidas, uma tradição ancestral retomada em Braga, Jorge Ortiga considerou uma contradição haver leis que autorizem o aborto e benefí­cios fiscais que incentivem ao aumento da natalidade Quando a democracia é operada por políticos sem vocação, chegamos ao cúmulo de ter leis paradoxais: por um lado, o aborto que possibilita a morte de inocentes; por outro lado, benefícios fiscais e atrativos económicos para aumentarem a taxa de natalidade e evitar o envelhecimento do país, com receio de um colapso na Segurança Social. Partindo deste pressuposto, nós católicos preferimos defender sempre a vida, afirmou o arcebispo de Braga, na missa da bênção das grávidas, este domingo, 17 de dezembro. Num tempo em que Portugal regista um dos mais baixos índices de natalidade do mundo, Jorge Ortiga convidou os casais a não esquecerem a dimensão religiosa de amor à vida como dom de Deus, recordando-os que os filhos não são um fardo nem um impedimento à felicidade. Uma criança a nascer é o encanto duma vida nova que justifica todos os sacrifícios, em sinal do sacrifício primitivo da criação, destacou o prelado. Participada por cerca de 50 grávidas e centenas de fiéis, a missa da bênção das grávidas decorreu na Sé Catedral de Braga, num gesto de preparação natalícia que o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana pretende ver repetido nos próximos anos. Não apenas como motivação interpelativa à maternidade, mas essencialmente porque a gravidez é o sinal por excelência da proximidade do Messias e do cumprimento da promessa divina.