Mulheres alojadas nos campos de refugiados próximos de Goma, na República Democrática do Congo, são vítimas de violência sexual. Uma organização humanitária da Igreja Católica está a tratar e reabilitar estas mulheres
Mulheres alojadas nos campos de refugiados próximos de Goma, na República Democrática do Congo, são vítimas de violência sexual. Uma organização humanitária da Igreja Católica está a tratar e reabilitar estas mulheres a violência sexual, um dos crimes mais frequente e camuflado na República Democrática do Congo, não poupa nem as mulheres alojadas nos campos de refugiados. Nas últimas semanas, foram registados 17 casos no campo de Mugunga 3, a oeste da cidade de Goma. as vítimas, muitas delas jovens, foram acolhidas pela Cáritas local, que lhes está a prestar apoio médico e psicológico. a autoria destes abusos é atribuida a elementos dos grupos armados que atuam na região. algumas das vítimas receberam tratamento no Centro de Saúde afia Mugunga e os casos mais graves foram transferidos para o centro especializado de Carmel. O programa de tratamento e reabilitação das mulheres vítimas de violência sexual envolve quatro aspetos: médico, psicológico e social, socioeconómico e jurídico. O aspeto social é particularmente doloroso, referiu Lycie Baganda, responsável pelo programa Violências sexuais da Cáritas de Goma. De acordo com esta responsável, citada pela Rádio Vaticano, muitas mulheres não denunciam a violência sexual de que foram alvo porque têm medo de ser rejeitadas pela comunidade. Chegam-nos somente os casos mais graves ou conhecidos, lamenta Lycie Baganda. Segundo depoimentos das vítimas, os agressores estavam armados, mas não foi possível fazer a sua identificação, uma vez que na província estão presentes tropas regulares do exército congolês, rebeldes e milícias de autodefesa que, em vários casos, perderam a finalidade originária e passaram a dedicar-se ao crime ou à guerrilha.