Documento subscrito por mais de 20 mil pessoas foi entregue na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Brasil. Objetivo é denunciar o genocídio e a violência de que são vítimas as comunidades indígenas
Documento subscrito por mais de 20 mil pessoas foi entregue na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Brasil. Objetivo é denunciar o genocídio e a violência de que são vítimas as comunidades indígenas Povos Indígenas: aqueles que devem viver – Manifesto Contra os Decretos do Extermínio. É este o título do documento subscrito por mais de 20 mil pessoas e entregue esta semana na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, no Brasil, para denunciar o genocídio, os assassinatos, a violência e a política desenvolvimentista que trata os índios como obstáculos, informa o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), promotor da iniciativa. Se durante a ditadura militar a resistência dos Waimiri atroari ante a construção da rodovia transamazónica, na década de 1970, foi reprimida com bombas, metralhadoras e até armas químicas, hoje tal premissa genocida segue em curso na busca por uma identidade nacional desenvolvimentista, homogénea, sem a presença das comunidades em seus territórios tradicionais. Um exemplo é a construção de megaprojetos (estradas, hidrelétricas e projetos de mineração), que por onde passam deixam rastros de destruição e morte, pode ler-se no documento. De acordo com o CIMI, o extermínio dos indígenas continua através do confinamento dos povos e comunidades a pedaços de terra insuficientes, da morosidade do governo na condução dos processos de demarcação das terras de povos que vivem em acampamentos provisórios e do abandono das áreas da saúde e educação. Junta-se a isto a constante invasão das áreas indígenas por madeireiros, fazendeiros e narcotraficantes. Para sensibilizar os deputados, no sumário do manifesto foi incluído um conjunto de artigos sobre o projeto de vida dos povos indígenas, os principais documentos indígenas dos últimos 40 anos e a republicação do Y Juca Pirama, lançado em 1974.como anexo, surgem as terras e povos indígenas afetados pelos grandes empreendimentos nos últimos anos.