Reunidos em assembleia Plenária, os bispos de Moçambique manifestaram preocupação pelo clima de ansiedade Política e económica que se vive no país e pela situação de pobreza que afecta grande parte da população
Reunidos em assembleia Plenária, os bispos de Moçambique manifestaram preocupação pelo clima de ansiedade Política e económica que se vive no país e pela situação de pobreza que afecta grande parte da populaçãoOs Bispos Católicos da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) estiveram reunidos na segunda sessão da assembleia Plenária de 2012 e emitiram um comunicado, recentemente, no qual partilham aquilo que foi fruto da reflexão e alguns aspetos salientes da vida eclesial e social moçambicana dos últimos tempos. a primeira parte dos trabalhos da assembleia foi dedicada à leitura dos relatórios das dioceses, das províncias eclesiásticas, das comissões episcopais e do secretariado-geral da CEM. Os referidos relatórios revelaram o crescimento e a vitalidade das comunidades cristãs e as suas dificuldades, assim como as alegrias, as tristezas e as esperanças do povo moçambicano. Da análise feita sobre a realidade eclesial, os bispos destacaram o incremento do número de cristãos e de catecúmenos, fruto da catequese, da celebração da Palavra e dos Sacramentos. Por outro lado, notaram a falta de um número suficiente de padres para atender adequadamente a vida das comunidades. Para os bispos de Moçambique, o ambiente sócio-político e económico é fonte de grande ansiedade. São inumeras as situações problemáticas do dia a dia: a precária condição de vida de muitos moçambicanos, a falta de segurança, a posse da terra, a verdade e a solidez da paz, o entendimento entre os que gerem a coisa pública. Tudo isto cria no povo um ambiente de insatisfação e de grande ansiedade, apesar de há 20 anos ter cessado a guerra em Moçambique. as populações continuam a ter uma vida muito dura, marcada por uma situação de pobreza cada vez mais acentuada, sobretudo nas zonas rurais do país. Não obstante haja cada vez mais riqueza, concluiram os bispos, os pobres são cada vez mais pobres. Os bispos fizeram um apelo ao diálogo, exortando as comunidades cristãs e os moçambicanos em geral a trabalharem pela consolidação da paz. Num momento de grande crispação política causada sobretudo pelo regresso de afonso Dlhakama, líder da Renamo, às matas da Gorongosa, com um grupo de antigos guerrilheiros para exigir do governo a renegociação do acordo Geral de Paz, os bispos convidaram a orientar o olhar para o passado e redescobrir o diálogo justo, no respeito dos direitos das pessoas e das populações para a solução dos conflitos.como já tinha feito durante os anos da guerra civil, o episcopado moçambicano repetiu mais uma vez: abandonemos definitivamente o recurso às armas, a qualquer tipo de violência, verbal ou física na procura da solução dos nossos problemas. Renovemos o espírito que há 20 anos levou as partes envolvidas a assinarem o acordo Geral de Paz, de que tantos nos gloriamos e que recentemente celebrámos. a reunião da Conferência Episcopal de Moçambique foi também uma ocasião para definir linhas de orientação para o novo ano pastoral. Em comunhão com a Igreja universal, elaborou-se a programação e calendarização das atividades nacionais para o ano da Fé a nível nacional e diocesano.