Estava a prestar apoio ao pai, enfermo, mas regressou à Faixa de Gaza logo que soube da ofensiva militar israelita, para acompanhar de perto os seus paroquianos. Encontrou-os assustados e muito preocupados com as crianças

Estava a prestar apoio ao pai, enfermo, mas regressou à Faixa de Gaza logo que soube da ofensiva militar israelita, para acompanhar de perto os seus paroquianos. Encontrou-os assustados e muito preocupados com as crianças
Esta é uma guerra que ninguém pode vencer. Todos vamos perder. Espero que o compreendam também aqueles que estão lutando em nome dos dois povos que, estou seguro, desejam a paz acima de qualquer outra coisa, afirmou, num tom de voz cansado, Jorge Hernandéz, missionário do Verbo Encarnado e pároco da Sagrada Família, a única paróquia católica na Faixa de Gaza. ao sexto dia de ofensiva israelita, operação que já provocou perto de 100 mortos e centenas de feridos, as explosões intensificaram-se. a noite passada [de domingo para segunda-feira, 19 de novembro] não dormimos muito. Os bombardeamentos mantiveram-se durante toda a noite e não vieram apenas do ar. Também do mar chegava o estrondo da artilharia. Uma chuva de fogo que durou horas e só por sorte não atingiu a nossa pequena igreja, contou o religioso à agência Misna. a paróquia da Sagrada Família congrega perto de 2. 000 fiéis e é um ponto de referência para os habitantes de Gaza, mesmo para os que não são cristãos. Jorge Hernandéz tinha ido à argentina visitar o pai, que se encontradoente, mas voltou a Gaza, quando a situação se agravou. De dia para dia, a vida torna-se cada vez mais dura. as famílias encontram-se juntas e não saem de casa com medo de serem atingidas por alguma explosão, afirmou. No fim de semana, as missionárias da Caridade, do Rosário e do Verbo Encarnado iniciaram uma espécie de apostolado telefónico, contactando o maior número possível de fiéis, para saber como estavam e se necessitavam de ajuda. as pessoas com quem falámos estavam muito assustadas, pessimistas e preocupadas, sobretudo com as crianças, que não compreendem o que está a acontecer, mas estão aterrorizadas com os estrondos e não dormem de noite, explicou o sacerdote.