as leis da Colômbia não são suficientes para garantir proteção às mulheres vítimas do conflito armado, denunciou a organização de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch. a violência sexual e doméstica continua a registar í­ndices elevados

as leis da Colômbia não são suficientes para garantir proteção às mulheres vítimas do conflito armado, denunciou a organização de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch. a violência sexual e doméstica continua a registar í­ndices elevados
Os números revelados pela Human Rights Watch (HRW) são assustadores. aproximadamente dois milhões de mulheres e meninas colombianas, desalojadas pelo conflito armado, sofrem de violência sexual e doméstica e enfrentam grandes problemas quando tentam aceder aos serviços de saúde, justiça e proteção social. Um estudo efetuado pela organização internacional de defesa dos direitos humanos concluiu que as melhorias introduzidas recentemente na legislação, nas políticas e programas da Colômbia, não são suficientes para garantir a proteção das vítimas. Para muitas mulheres e meninas deslocadas, as dificuldades do desalojamento são agravadas por experiências traumáticas como violações e violência doméstica. E, apesar de nos últimos anos se terem adotado leis e campanhas adequadas, continuam a enfrentar grandes obstáculos para receber assistência médica. Por outro lado, raramente conseguem que os seus agressores sejam julgados, explicou amanda Klasing, especialista em direitos da mulher. a Colômbia, em geral, apresenta taxas elevadas de abusos sexuais e violência doméstica, sobretudo entre a população deslocada. Um estudo promovido pelo governo, em 2011, comprovou que quase 48 por cento das mulheres desalojadas sofreram de violência doméstica e nove por cento foram violadas. Para combater este problema, a HRW pediu ao governo que adapte as suas leis e políticas para uma proteção efetiva das mulheres e crianças deslocadas. No âmbito do relatório agora tornado público, os técnicos da HRW realizaram entrevistas em quatro cidades colombianas. Uma das entrevistadas disse ter sido violada cinco vezes em 10 anos e revelou que a sua irmã também já tinha sido abusada sexualmente, assim como a sobrinha, de apenas cinco anos. Quando os violadores não são castigados, ficam por cumprir as leis colombianas e incentiva-seos agressores acometerem novas violações, lamentou amanda Klasing.