«Contemplar» a criação. Parar para descobrir a «aspiração ao infinito» que o homem traz dentro de si, e alimentar a «vida da fé» são as três vias que Bento XVI indicou esta manhã, dia 14 de novembro, na audiência geral, na Sala Paulo VI
«Contemplar» a criação. Parar para descobrir a «aspiração ao infinito» que o homem traz dentro de si, e alimentar a «vida da fé» são as três vias que Bento XVI indicou esta manhã, dia 14 de novembro, na audiência geral, na Sala Paulo VINa sua alocução, no seguimento do tema da semana anterior em que se refletiu sobre o desejo de Deus dentro do ser humano, Bento XVI começou por dizer que a iniciativa de Deus precede sempre toda a iniciativa humana. No caminho para Ele, é Ele o primeiro a iluminar-nos, a orientar-nos e a guiar-nos, respeitando sempre a nossa liberdade.
Há caminhos, diz o Papa, que podem abrir o coração do homem ao conhecimento de Deus, mas por vezes corre-se o risco de ser encandeados pelas luzes da mundanidade, que nos tornam menos capazes de percorrer tais caminhos ou de ler os sinais de Deus. Há porém uma certeza – continua Bento XVI – que sempre deve acompanhar o homem: Deus não se cansa de nos procurar, é fiel ao homem que criou e redimiu, permanece na nossa vida, porque nos ama. Poderá o cristão ter dificuldades em comunicar a alegria do Evangelho, mas esta é a nossa missão, a missão da Igreja e cada crente deve vivê-la com alegria, apropriando-se dela através de uma existência animada verdadeiramente pela fé, marcada pela caridade, pelo serviço a Deus e aos outros, e capaz de irradiar esperança. É uma missão que brilha sobretudo na santidade à qual todos somos chamados, frisou o Papa.
Citando o texto da carta de São Pedro estai sempre prontos a responder, com doçura e respeito, a todos aqueles que vos pedem razões da esperança que está nos vossos corações, referiu-se longamente às provas da fé e à crítica a que o cristão está sujeito, na sociedade de hoje. Crítica essa que se alargou – diz o Bento XVI – a partir do iluminismo. Referiu-se concretamente à presença de sistemas ateus e ao secularismo. E ao ateísmo prático fenómeno particularmente perigoso para a fé, no qual não se negam as verdades da fé ou os ritos religiosos, mas simplesmente são considerados irrelevantes para a existência humana, desligados da vida, inúteis.
Saudando os peregrinos de língua portuguesa acrescentou: Neste ano da Fé, procurai conhecer mais a Cristo, único caminho verdadeiro que conduz a Deus, para poder depois transmitir aos demais a alegria desse encontro transformador.