Num momento particularmente exigente e difícil para muitas famílias atingidas pelo desemprego e pela austeridade, os bispos apelam à coragem, serenidade e Espírito de partilha dos portugueses como resposta à crise que o país está a atravessar
Num momento particularmente exigente e difícil para muitas famílias atingidas pelo desemprego e pela austeridade, os bispos apelam à coragem, serenidade e Espírito de partilha dos portugueses como resposta à crise que o país está a atravessar O cardeal-patriarca de Lisboa apelou esta segunda-feira à coragem, à serenidade e ao sentido de partilha dos portugueses, como forma de responder à crise que muitas das famílias estão a viver. Não é uma comunidade nacional dividida, mas solidária, que poderá enfrentar estes tempos difíceis, afirmou José Policarpo, na abertura da assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em Fátima. Estamos reunidos num momento particulamente exigente e difícil para muitos dos nossos diocesanos, de um modo especial para as famílias onde o desemprego e a austeridade exigida, trouxeram sofrimento e, por vezes, fizeram perder a esperança. Neste sentido, e de acordo com a mensagem saída do Sínodo dos Bispos, que se realizou recentemente em Roma, a Igreja e os cristãos são convidados a vencer o medo, pela fé, e a olharem o mundo com coragem e serenidade, sublinhou o presidente da CEP. Inspirado na assembleia Sinodal, José Policarpo destacou a importância da Igreja Católica continuar a ser evangelizada para ser evangelizadora. E de continuar a reavivar e aprofundar a fé, para se tornar cada vez mais acolhedora e verdadeira experiência de comunhão fraterna. Não temos possibilidade, nem é nossa missão, encontrar soluções alternativas para as exigências da austeridade que atingem os agregados familiares, mas é nossa missão estar com as famílias para que as dificuldades materiais não as anulem como lugar de amor, de convivência, de discernimento e de coragem para lutar, adiantou o cardeal-patriarca. Por fim, o presidente da CEP frisou a necessidade da Igreja estar em diálogo com os diversos setores da sociedade, na procura de um compromisso desinteressado e transparente a favor do bem-comum. Só haverá preocupação com o bem-comum de toda a sociedade se houver, ao nível cultural e ético, respeito e cultivo da dignidade da pessoa humana, que se exprime na solidariedade e no empenho comunitário. Os egoísmos e individualismos não levam à solução dos problemas, nem das pessoas, nem da sociedade, afirmou. a 180a assembleia Plenária da CEP está a decorrer na Casa Nossa Senhora das Dores, em Fátima, até quinta-feira, 15 de novembro. Em análise estarão temas como as iniciativas e projetos das dioceses para o ano da Fé; o inquérito sobre atitudes e representações da sociedade portuguesa face à Igreja, incluindo Madeira e açores; as Jornadas Pastorais do Episcopado e a Nota Pastoral a propósito dos 90 anos do Corpo Nacional de Escutas.