Membros da tribo Guarani ocuparam uma parte da sua terra ancestral onde foi instalada uma fazenda, mas o tribunal brasileiro ordenou a sua expulsão. Desesperados, pedem que os matem e enterrem junto dos seus antepassados
Membros da tribo Guarani ocuparam uma parte da sua terra ancestral onde foi instalada uma fazenda, mas o tribunal brasileiro ordenou a sua expulsão. Desesperados, pedem que os matem e enterrem junto dos seus antepassados Nós queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje. Por isso, pedimos ao governo e à justiça federal para não decretar a ordem de expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e enviar vários tratores para cavarem um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Este foi o apelo feito ao governo do Brasil por um grupo de 170 índios Guarani, depois de ser informado da ordem de despejo do local que reocuparam e que consideram seu por direito. Desde que regressou ao território indígena Pyelito Kuê, agora ocupado por uma grande fazenda, a comunidade Guarani tem sofrido ataques brutais e várias ameaças de pistoleiros contratados pelos fazendeiros, denunciou a Survival Internacional. agora recebeu a notificação de uma decisão judicial, que determina a sua expulsão. Já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência no nosso território antigo vamos morrer todos em pouco tempo, declararam os líderes do grupo. Recordando que já morreram quatro índios após a reocupação – dois por suicídio e outros dois devido a ataques de pistoleiros – o diretor da Survival, uma organização de defesa dos povos indígenas, considerou uma vergonha o que se está a passar com a extinção sucessiva de comunidades de índios. O comovente apelo dos Guarani de Pyelito não poderia ser mais claro: a vida deles sem a sua terra é tão cheia de tristeza e sofrimento que não vale a pena ser vivida. O Brasil deve agir antes que mais um de seus povos seja destruído, afirmou Stephen Corry.