alendu foi a primeira paróquia fundada no Quénia por missionários da Consolata quenianos. a pobreza em que está mergulhada a região e a falta de recursos económicos ameaça encerrar o dispensário, criado pelos religiosos para dar assistência à população
alendu foi a primeira paróquia fundada no Quénia por missionários da Consolata quenianos. a pobreza em que está mergulhada a região e a falta de recursos económicos ameaça encerrar o dispensário, criado pelos religiosos para dar assistência à populaçãoChama-se alendu, que significa terra árida: fica a poucos quilómetros do lago Vitória, no Quénia. Os seus habitantes são ricos em recursos naturais, mas vivem numa pobreza absoluta. Vivem sempre nos extremos: entre a aridez e as inundações. Durante as chuvas fortes que caem de março a maio, são atingidos todos os anos por grandes inundações. De agosto a fevereiro passam por uma estiagem severa que mata os animais e causa muita necessidade de água. a terra é fértil e pode produzir arroz suficiente para toda a região do Nyanza, mas o que se vê é miséria em tantas famílias. O sistema de irrigação é pobre e obsoleto. O governo do Quénia introduziu o cultivo do arroz como experiência há já 40 anos e continua a ser até hoje um projeto piloto. a água do lago destrói as colheitas por causa das inundações durante fortes chuvas e por isso os habitantes não a podem usar para a irrigação. Muitas pessoas, por falta de recursos económicos constroem casas de canas entrelaçadas, que as inundações facilmente destroem deixando muitos deslocados e sem capacidade de reconstruir essas casas que, além do mais, nem sequer são seguras. Os camponeses dependem da chuva – que é escassa e difícil de prever – para poderem preparar o terreno. Se, por acaso, a colheita é boa, não encontram um mercado onde possam vender os seus produtos a um bom preço. acabam por vendê-los a preços miseráveis que não cobrem os custos do trabalho feito. É essa uma das grandes causas da pobreza desta zona. Poderíamos pensar na pesca como alternativa, mas a situação não é diferente. a pesca é ainda artesanal por falta de tecnologia moderna. alendu é uma zona de malária e de outras doenças tropicais como o tifo e a tuberculose. Os missionários da Consolata, seguindo o seu carisma da consolação, iniciaram um dispensário na paróquia para responder às necessidades das pessoas, mas é impossível que se auto-sustentem por falta de recursos. Estamos a pensar na alternativa de os fechar já que não se pode pagar aos médicos e custear a medicina. a Sida é hoje a causa principal da pobreza em muitas famílias da nossa paróquia. Mata a população mais jovem, deixando órfãos e viúvas sem nada. alendu está situada a poucos quilómetros da segunda capital do Quénia, Kisumu, onde também não há possibilidades de emprego, nem indústrias. Por isso há uma alta percentagem de desemprego. Muitos jovens procuram ganhar a vida usando bicicletas, motocicletas, carros velhos na venda de mercadorias de todo o tipo pelas ruas. Por isso, a desordem é uma constante na cidade. Há transporte de motocicletas, bicicletas, tuk-tuk, carros de todos os tipos e as estradas são poucas e más. Obviamente isso causa muitos acidentes que na sua maioria não são levados à justiça. Em desespero, os mais novos entregam-se ao vício e ao roubo. alendu é também a terra dos Luos, conhecidos como amantes da água. Vieram do atual Sudão do Sul seguindo o curso do rio Nilo até chegar ao Uganda. Por isso são chamados Nilóticos. as razões da sua migração são sempre os conflitos internos por causa da alimentação e do pastoreio. Por serem guerreiros, conquistaram outros grupos étnicos pelo caminho com os quais se foram unindo, através do matrimónio. ao mesmo tempo foram-se dividindo pelos mesmos motivos e assim se formaram outros grupos como os acholi, ou os Padhola, que se encontram no Uganda, na Tanzânia e na República Democrática do Congo. alendu é a primeira paróquia fundada pelos missionários da Consolata nativos, quenianos. É por isso uma novidade para o Quénia, uma vez que é a primeira terra de missão. Quase todas as paróquias foram fundadas pelos nossos confrades italianos com as ajudas económicas provenientes das suas terras. O grande desafio para nós, missionários nativos, é como ser hoje missionário na própria terra vivendo o carisma da Consolação e sermos disso orgulhosos.