Terminou este sábado passado, dia 13, a primeira semana do Sínodo da Nova Evangelização para a transmissão da fé. Foram vários os temas tratados ao longo da semana que aqui ficam resumidos
Terminou este sábado passado, dia 13, a primeira semana do Sínodo da Nova Evangelização para a transmissão da fé. Foram vários os temas tratados ao longo da semana que aqui ficam resumidosantes de mais os bispos exprimiram vizinhança e solidariedade para com a Igreja da Nigéria que se tem esforçado por promover a paz e a justiça, na esperança que a religião não seja manipulada para fins políticos ou de certos grupos, mas seja realmente um instrumento de reconciliação.

Não houve receio de tratar um tema candente para a Igreja e a sociedade: o tema dos abusos sexuais. Não se deve ter medo de reconhecê-los, dizem os Bispos, antes pelo contrário: a nova evangelização não deve esquecer as vítimas de tais abusos, mas sim escutá-las, procurando compreender a sua dor e desconfiança. O que se deve fazer, continuam os prelados, é criar ambientes sãos para as crianças e os mais vulneráveis. Para tal precisamos de uma mudança na mentalidade e nas estruturas.

Outro tema ao qual a assembleia se mostrou particularmente sensível foi o do sacerdócio e das vocações eclesiais: crise da fé e crise das vocações estão interligadas, dizem os Bispos, talvez também por causa da própria Igreja já não se apaixonar como no passado pela pregação de Cristo. a escolha vocacional não deve ser interesseira, mas deve ser uma opção preferencial por Cristo: se a mensagem do evangelho já não é atraente para os fiéis é talvez porque já não o é para os próprios sacerdotes, sugere o Sínodo.

Como não podia deixar de ser, os Bispos dedicaram o seu pensamento aos mais pobres, os discriminados pela sociedade por razões de raça, género, casta. Hoje em dia, quando o eixo da cristandade se vai deslocando cada vez mais para os países em desenvolvimento, sublinham os prelados, a atenção aos marginalizados deve ser o primeiro ponto da agenda da nova evangelização.

O Sínodo enfrentou ainda o tema das relações entre a ciência e a fé, através da comunicação do Dr. Werner arber, Prêmio Nobel para a medicina em 1978, nomeado em 2011 por Bento XVI presidente da Pontifícia academia das Ciências; é o primeiro protestante a desempenhar tal encargo. as relações entre ciência e fé estiveram no centro da sua comunicação. Ciência e fé são e devem continuar sendo elementos complementares para o conhecimento humano. a ciência até agora não conseguiu encontrar respostas pertinentes a todas as interrogações do homem, sobretudo àquelas que transcendem a esfera natural. Esse é um papel que os credos religiosos podem desempenhar. Fé e ciência, segundo este académico são distintas, mas não contrapostas, já que é único o seu objeto, ou seja, o ser humano. É, por conseguinte, indispensável, um diálogo recíproco livre de arrogância e confusão das respectivas abordagens.

Outro ponto importante tratado pelo Sínodo foi o diálogo entre fé e cultura. Isto envolve a atividade formativa nas famílias, nos vários centros educativos e nos centros paroquiais, mas toca também o problema das escolas e das universidades, sobretudo as católicas, cada vez mais submetidas ao controlo do Estado, que impõe a sua visão através dos programas, livros de texto e formação dos docentes. Tudo isto, sobretudo no Ocidente, tem provocado uma espécie de descristianização, pelo que é cada vez mais urgente o diálogo entre fé e cultura.

Dentro da promoção dos vários diálogos, o Sínodo reconhece o sucesso do Átrio dos Gentios, iniciativa lançada pelo Papa e promovida pelo Pontifício Conselho da Cultura para favorecer o diálogo com os não crentes: pessoas que não conhecem a Deus, mas que, no fundo O procuram. Torna-se igualmente fundamental um outro tipo de diálogo: o diálogo inter-religioso. Este diálogo, na opinião de alguns bispos, deve ser visto essencialmente como um diálogo de vida e de testemunho evangélico.

Finalmente os bispos não esqueceram os media, pedindo aos Pastores, professores e catequistas que aceitem este desafio de evangelizar num mundo em que a comunicação de massa tem poder sobre a esfera religiosa e moral do homem. Não é suficiente, sublinham os Bispos, que a Igreja tenha os seus próprios media ou que promova filmes religiosos: o que se deve fazer é aproximar os fiéis da natureza do mistério da fé. Para ser evangelizadora a Igreja deve ser mediática. E os jornalistas são chamados a acender no homem a esperança através da verdade, devem sentir-se como capitães de um navio, para salvar a humanidade do mar do secularismo contemporâneo.
Uma atenção especial mereceram os doentes e todos os que sofrem. É necessário incluir no projeto evangelizador o cuidado pelos enfermos e o alívio dos seus sofrimentos. Também os jovens não foram esquecidos pelo Sínodo: entre os destinatários da nova evangelização, esses ocupam um lugar primário porque, mesmo que distantes da prática religiosa, levam no coração a fome de Deus. a atenção dos Prelados vai, particularmente, aos filhos de casais divorciados e que voltaram a casar, que muitas vezes permanecem alheios aos sacramentos por causa da não participação dos seus pais. E é aqui, então, onde é necessária uma transformação no sentido da caridade pastoral e uma reflexão sobre os modos e os tempos necessários para o reconhecimento da nulidade do vínculo matrimonial (Com o apoio da Rádio Vaticana).