Num mundo tantas vezes vazio, sem esperança e descrente, Bento XVI afirma que Jesus não o abandona, mas caminha lado a lado e silenciosamente com o homem de hoje, fazendo-lhe sentir a sua presença

Num mundo tantas vezes vazio, sem esperança e descrente, Bento XVI afirma que Jesus não o abandona, mas caminha lado a lado e silenciosamente com o homem de hoje, fazendo-lhe sentir a sua presença

Foram declarações muito informais feitas por Bento XVI num almoço oferecido no Vaticano, no dia 12, aos padres sinodais, aos bispos que há 50 anos participaram no Concílio e aos Presidentes das Conferências Episcopais. O Papa sublinhou que é uma bela tradição criada pelo Beato João Paulo II esta de coroar o Sínodo com um almoço em comum.

Neste momento de pausa dos trabalhos sinodais, estavam também presentes a seu lado o Patriarca Ecuménico de Constantinopla e o Primaz da Comunidade anglicana. Relacionando o Sínodo com o esforço ecuménico dos últimos anos, o Papa fez notar que a palavra sínodo significa caminho comum, caminhar juntos: Para mim esta comunhão é um sinal de que estamos em caminho para a unidade e que avançamos no coração. O Senhor nos ajudará a avançar também externamente. acrescentou depois que esta alegria de estar juntos reforça-nos também no mandato da evangelização.
Bento XVI recordou o episódio dos discípulos de Emaús que, disse, são um pouco a imagem do mundo agnóstico de hoje. O Senhor vai ao encontro desses discípulos desanimados, ilumina o seu coração, infunde-lhes coragem e ajuda-os a perceber o mistério da sua presença. Na sua opinião, isto tem a ver com o homem dos nossos dias. Todos estamos a caminho com os nossos contemporâneos – concluiu o Papa. Peçamos ao Senhor que nos ilumine, nos acenda o coração, para que se torne vidente’, e nos ilumine a mente. E peçamos que na ceia, na comunhão eucarística, possamos realmente ser disponíveis para o ver e, assim, inflamar também o mundo, dando-lhe a Sua luz.

Numa sua intervenção nos trabalhos do Sínodo, o arcebispo de Cantuária e Primaz da Comunhão anglicana, Rowan Williams, tinha sublinhado que justiça e amor caracterizam o rosto dos cristãos. Citou o exemplo das comunidades de Taizé e de Bose, dos grandes movimentos eclesiais como Santo Egidio, os Focolares de Chiara Lubich e Comunhão e Libertação: todos abertos a uma visão humana mais profunda, porque surgiram com o objetivo de tornar viva a realidade de Jesus. Nessa intervenção o arcebispo anglicano abordou também o tema do ecumenismo espiritual e reiterou que quanto mais os cristãos se distanciam uns dos outros, mais o rosto da nova humanidade se mostra menos convincente.