Missionários da Consolata assumem coordenação da pastoral indígena de Sucumbio, no Equador, depois de ter sido ordenada a retirada dos evangelizadores do território pelo Presidente da República
Missionários da Consolata assumem coordenação da pastoral indígena de Sucumbio, no Equador, depois de ter sido ordenada a retirada dos evangelizadores do território pelo Presidente da RepúblicaEscrevo de Quito, capital do Equador, que se encontra a 2. 800 metros de altitude, a partir de uma das primeiras casas dos padres salesianos que chegaram aqui em 1885, quando o Equador tinha apenas um milhão de habitantes, ao passo que hoje tem 14 milhões, dos quais dois milhões na capital, não contando os 13 milhões que vivem fora do país. Perguntareis por que é que estou aqui. O superior provincial da Colômbia, padre Joaquin Pinzón, convidou-me para o acompanhar na visita às duas missões do Equador que dependem da Colômbia. Partimos da parte amazónica do país, confinante com a parte amazónica da Colômbia, na região chamada Sucumbio, onde durante 40 anos trabalhou Gonzalo López Maranon, um bispo que quis viver e aplicar o Concílio Vaticano II e as várias Conferências Episcopais Latino americanas, criando um Vicariato (quase diocese), onde todos participam na evangelização, eliminando as divisões na paróquia e pondo toda a atenção na comunidade cristã e naquilo que caracteriza os pertencentes à área indígena e os colonos (que vivem na fronteira), na cidade, oferecendo assim uma pastoral adequada às pessoas. Nós estamos empenhados na pastoral indígena num setor da região e na pastoral de fronteira, na parte confinante com o Vicariato de San Vicente Puerto Leguizamo, e na paróquia de Puerto Ospina, na parte colombiana. Começámos o trabalho com muito entusiasmo. Pouco tempo depois de termos chegado ao território, o bispo foi retirado, por limite de idade, e no seu lugar foram colocados os arautos do Evangelho, uma congregação muito tradicionalista, que chegou com a finalidade de repor o Vicariato no caminho certo. Em poucas palavras, isto criou um grande mal-estar nas pessoas a tal ponto que teve que intervir o próprio Presidente da Republica e pedir à Santa Sé que retirasse os últimos evangelizadores que para aí tinham sido enviados.com eles tiveram que sair também os padres Carmelitas que tinham o Vicariato nas mãos e ocupavam um papel importante. Depois destes acontecimentos, apercebemo-nos que a pastoral indígena tinha ficado completamente à margem. as próprias comunidades pediram-nos que colaborássemos na coordenação da zona. Hoje, neste acompanhamento dos indígenas de Sucumbio trabalham o padre armando Olaya, o padre Júlio Caldeira e o seminarista Lawrence Ssimbwa. Da parte Colombiana temos os padres antónio Benítez, Juan antonio Sozzi e a leiga missionaria Maria Esperanza Cordoba. a segunda missão que temos no Equador fica no coração dos andes, em Licto, diocese de Riobamba, onde durante 30 anos foi bispo Leonida Proano, um grande defensor dos Índios do Equador. É uma diocese exclusivamente indígena. Li muito sobre este grande bispo, que passou por um enorme processo de conversão. Formado antes do Concílio, mas transformado pelo Concílio Vaticano II e pelas Conferências Latino-americanas, fez uma opção preferencial pelos pobres e pelos índios da américa Latina. Começou por escutar o povo indígena e as suas comunidades, recebendo as pessoas numa casa simples e acolhedora. Deu-se conta da importância de transmitir a fé dentro da promoção social e fez tudo para elevar dignidade humana das comunidades. Para mim foi a primeira vez que pus os pés em Santa Cruz, nesses lugares onde esse homem de Deus trabalhou na transformação de uma realidade injusta com a força da Palavra de Deus. após 28 anos ainda está viva a sua memória. Há um grupo de investigadores que está a recolher e a catalogar todo o material, e existem várias publicações sobre o assunto.