a diocese de Dundee, na África do Sul, reuniu-se hoje na Missão de Maria Ratschitz para o adeus final àquele que foi o primeiro Bispo da Diocese, Bispo Michael Paschal Rowland.

a diocese de Dundee, na África do Sul, reuniu-se hoje na Missão de Maria Ratschitz para o adeus final àquele que foi o primeiro Bispo da Diocese, Bispo Michael Paschal Rowland.

Uma multidão de fiéis, com muitas religiosas, sacerdotes, religiosos e Bispos celebrou o dom da vida do Bispo Michael que guiou a Diocese durante 22 anos, tendo-se aposentado em 2005 por motivos da doença que avitimá-lo na manhã do passado dia 23 de setembro.
Ordenado Bispo a 17 de setembro de 1983, o Bispo Michael foi incansável no seu serviço ao Povo de Deus provendo a Diocese de um conjunto invejável de infra-estruturas direcionadas à formação pastoral, ao culto litúrgico e à promoção da dignidade humana, contrastando radical e frontalmente o regime do apartheid que pretendia decidir quem era gente e quem não era.
Para os Missionários da Consolata o Bispo Michael foi mais do que Bispo, ele foi um grande amigo desde os tempos anteriores à sua Ordenação Episcopal em que ele viveu em comunidade com os Missionários da Consolata em perfeita harmonia.
Com o falecimento do Bispo Michael – o meu querido “father bishop”, como ele gostava de ser tratado – eu disse adeus a um grande amigo e pai. Ele dedicou-me, em muitos e muitos momentos, a sua maravilhosa amizade paterna e o seu apoio fraterno. Deu-me a honra de me visitar em Portugal, em 1993, tendo ido até à casa da minha Mãe à Zoina; esteve em casa do meu irmão Domingos, em Proença; na Capelinha das aparições concelebrámos três vezes e aí rezámos o Pai Nosso em Zulu.
Nos últimos anos, ao mesmo tempo que a sua doença progredia também nós nos encontrámos mais e mais vezes, partilhando acontecimentos, vivências e sonhos. Homem dotado de grande bom humor fazia voar o tempo dos nossos encontros.
No dia 26 de junho deste ano, ao despedir-me dele para ir a Portugal de férias, ele disse-me: “Zé, anda cá, quero dar-te agora a minha bênção pois quando tu voltares, em setembro, eu já não estarei cá”. Esse foi um dos poucos momentos “finais” que eu alguma vez vivi: o Bispo Michael abençoou-me, levantei-me e abracei-o por momentos tão longos que pareciam não ter fim… e foi em lágrimas e com o coração muito apertado que me dirigi para casa.