Processo de negociações entre o governo colombiano e as forças revolucionárias é «mais realista» do que os anteriores, propõe o desarmamento da guerrilha e tem em conta os direitos humanos relacinados com as vítimas. Mas só terá sucesso se as partes mudarem de atitude

Processo de negociações entre o governo colombiano e as forças revolucionárias é «mais realista» do que os anteriores, propõe o desarmamento da guerrilha e tem em conta os direitos humanos relacinados com as vítimas. Mas só terá sucesso se as partes mudarem de atitude
O representante na Colômbia do alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Todd Howland, está otimista em relação ao processo de paz iniciado entre o governo colombiano e as Forças armadas Revolucionárias da Colômbia (FaRC), alertando, no entanto, que o sucesso das negociações dependerá muito da flexibilidade de ambas as partes. acho que há razões para sermos otimistas, mas o processo não será fácil, porque o Estado e a guerrilha têm que mudar um pouco suas posições para obter êxito nas negociações, afirmou. Howland considera o atual plano de paz mais realista do que os anteriores, pois contempla a questão dos direitos humanos relacionada comas vítimas, tem garantias políticas da oposição e propõe o desarmamento da guerrilha como alguns dos pontos da agenda. Para o representante da ONU, o processo só não deve incluir a negociação de perdões, devendo centrar-se no diálogo em torno das vítimas. a postura das Nações Unidas é muito clara, dentro do âmbito legal internacional não se pode ter uma amnistia nem um indulto, reforçou. Na mesa das negociações, segundo Howland, é importante criar também mecanismos que assegurem o esclarecimento do destino dos sequestrados e desaparecidos. O objetivo é recuperar os restos mortais das vítimas e facilitar o reconhecimento o mais rapidamente possível. De acordo com fontes oficiais citadas pela Rádio Caracol, o presidente da Colômbia, Juan Manuel dos Santos, terá dado um prazo à guerrilha (até junho de 2013) para se conseguir avanços e concretizar pelo menos um dos cinco pontos em agenda – terras, garantias de participação política, narcotráfico, fim do conflito e vítimas.