Mais de metade dos jovens africanos não são registados à nascença por falta de dinheiro. Passam a vida quase como «fantasmas» e sem poder usufruir dos direitos de cidadania
Mais de metade dos jovens africanos não são registados à nascença por falta de dinheiro. Passam a vida quase como «fantasmas» e sem poder usufruir dos direitos de cidadania Existem fisicamente, mas não existem oficialmente. Mais de metade das crianças africanas não é registada no momento do nascimento. Resultado: nascem, vivem e morrem sem qualquer direito, como se fossem cidadãos inexistentes. a denúncia foi feita na Conferência sobre Registo Civil, que está a decorrer em Durban, na África do Sul, por iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Segundo os dados avançados no encontro, numa zona rural pobre, onde as pessoas vivem com menos de um dólar por dia, é necessário pagar 25 dólares para registar o nascimento de um filho num centro urbano e obter os documentos de identidade. a maioria acaba por não fazer os registos. Sem identificação, os menores, caso sejam presos, são tratados de acordo com as leis aplicáveis aos adultos, pois não existem elementos oficiais que certifiquem a sua idade, revelaram os conferencistas, citados pela agência Fides. a Somália, o Sudão Sul e o Uganda são os países onde o fenómeno apresenta maior gravidade.