associação enviou uma carta aos presidentes da Venezuela e do Brasil a pedir o apuramento dos factos que levaram à chacina de uma comunidade indígena. O ataque, atribuído a um grupo de garimpeiros, foi relatado por três sobreviventes
associação enviou uma carta aos presidentes da Venezuela e do Brasil a pedir o apuramento dos factos que levaram à chacina de uma comunidade indígena. O ataque, atribuído a um grupo de garimpeiros, foi relatado por três sobreviventesO isolamento do local onde ocorreu mais um massacre de uma comunidade Yanomami, na fronteira do Brasil com a Venezuela, ainda não permitiu apurar com rigor a dimensão da tragédia. Uma comissão multidisciplinar, coordenada pelo Ministério Público, já partiu para o local, mas precisará de alguns dias para chegar, pois a zona onde os garimpeiros dispararam contra uma casa comunitária indígena, incendiando-a em seguida, fica numa região montanhosa, de floresta densa e de difícil acesso. as únicas informações que existem até ao momento foram transmitidas por três sobreviventes e tornadas públicas pela Coordenação das Organizações Indígenas da amazónia. Os três índios estavam a caçar na floresta quando ouviram tiros, perceberam o que se estava a passar e fugiram por trilhos secundários. No caminho, cruzaram-se com outros indígenas que tinham ido visitar os seus parentes à comunidade Irothatheri e encontraram a casa queimada e os moradores mortos. Juntos, dirigiram-se à comunidade mais próxima para relatar o sucedido. Sem informações concretas quanto ao número de vítimas, a associação Hutukara, de defesa do povo Yanomami, enviou uma carta ao presidente Hugo Chavez, com cópia para a presidente Dilma Rousseff, a exigir uma investigação rápida e rigorosa ao caso. O Instituto Socioambiental (ISa) associou-se à iniciativa e o texto da missiva transformou-se numa petição online, aberta à participação de pessoas e instituições. Na memória dos Yanomami está ainda bem fresco o massacre de Haximu, ocorrido em 1993, no qual 16 Yanomami foram esquartejados e degolados por garimpeiros. a região de fronteira entre Brasil e Venezuela, onde se situa a Terra Indígena Yanomami, é sistematicamente invadida por garimpeiros, provocando conflitos e violência com os seus habitantes. Em meados dos anos 1980, a invasão garimpeira em Roraima foi responsável por dizimar 15 por cento da população Yanomami.