as vozes de contestação à atual governação sobem de tom, todos os dias se repetem. Os sacrifí­cios de uma crise criada pelos políticos e agora a pagar pelo povo parecem mal divididos e criam injustiças sociais
as vozes de contestação à atual governação sobem de tom, todos os dias se repetem. Os sacrifí­cios de uma crise criada pelos políticos e agora a pagar pelo povo parecem mal divididos e criam injustiças sociais O Eurostat revelou, sexta-feira passada, que a taxa de desemprego em Portugal atingiu os 15,7 por cento em julho. Valor idêntico a junho. Na Zona Euro e no conjunto da União Europeia, as percentagens atingiram os 11,3 e 10,4 por cento, respetivamente e colocam Portugal como o terceiro país com uma taxa de desemprego mais elevada, apenas atrás de Espanha (subiu para 25,1) e Grécia (23,1, valor referente a abril). Reagindo a este aumento o ministro da Economia, Santos Pereira, disse que é um número alto e preocupante. Para fazer face a este problema, o ministro sugere que o combate ao desemprego passa por retomarmos o crescimento económico, pela formação profissional, pelo ensino técnico-profissional, pela aposta no sistema de aprendizagem e por todas as reformas económicas, que foram feitas no último ano e que são fundamentais para voltarmos a crescer. Perante esta realidade da continuidade do aumento do desemprego em Portugal e comentando especificamente os mesmos números do Eurostat, o presidente da República, Cavaco Silva, avançou que as instituições internacionais e a troica devem rever aquilo em que eles próprios falharam e verificar se é preciso fazer algum ajustamento. Ou seja, para o mesmo problema, duas visões distintas, mas o que não quer dizer que possam ambas estar corretas ou erradas. Em meu entender, são apenas meias verdades dado que não abarcam o todo do problema ou, pelo menos, limitam-se a fracioná-lo. Convém lembrar que o problema da crise económica portuguesa não é um problema fácil de resolver, as suas consequências poderão ser ainda mais negras que o previsto e demorar décadas a solucionar. a forma como os políticos contornam os problemas reais é impressionante, assumindo um rol de promessas que mais tarde esquecem. Desta forma atestam a falta de verdade e competência que deviam pôr ao serviço daqueles que lhes concedem o mandato através do voto. Puro engano! Os Governos sucedem-se e continuamos a assistir a uma decadência política que é de bradar aos céus. Os portugueses estão desiludidos com a classe política, não acreditam nas suas palavras e, cada vez menos, nos seus atos. E isso é muito preocupante. Quem governa tem obrigação de ser solidário com todos, mas especialmente com as pessoas de menores recursos e deve dar o exemplo. Mas tal não conseguimos descortinar, pelo contrário, vemos que a proteção é concedida aos mais poderosos. Portugal há muito que deixou de ser independente. É uma dura realidade que se estendeu a muitos países, inclusive aos mais pequenos que compõem a União Europeia. Mas ainda é possível ter esperança. O ministro da Economia, porque é esse o seu pelouro, não mencionou (nem qualquer outro elemento do Governo) nas suas preocupações a necessidade de traçar um plano que permita a criação de riqueza nos setores produtivos do país em que tal ainda é possível. Só assim poderíamos começar a eliminar lentamente não apenas o desemprego, mas outras maleitas que caíram sobre a sociedade portuguesa. Por outro lado, já era tempo de haver menos Estado, ou seja cortar nos próprios serviços, cargos, institutos, parcerias público-privadas e outras.como tarda a dar o exemplo, o resultado é introduzir mais impostos que asfixiam famílias e cidadãos, mas que não contribuem para a solução do problema. até quando?