Esquecidos de todos, 18 mil sudaneses vivem agora no campo refugiados de Djabal, na região de Goz Beí¯da, no Chade. Foram anos e anos seguidos a fugir das violências que abalam a sua terra, a região sudanesa do Darfur
Esquecidos de todos, 18 mil sudaneses vivem agora no campo refugiados de Djabal, na região de Goz Beí¯da, no Chade. Foram anos e anos seguidos a fugir das violências que abalam a sua terra, a região sudanesa do Darfurabdulla Juma abubakr é um refugiado sudanês que não tem a menor intenção de regressar à sua terra. Depois de deixar a cidade de El-Geneina, no oeste do Darfour, em 2002, viveu durante dois anos num campo de refugiados situado junto da fronteira sudanesa, antes de se instalar em Djabal. Depois do que vi, quando deixámos a nossa terra: pessoas a morrer, mesquitas a arder, não posso pensar em regressar, confessou abubakr à agência Irin. Sei que há pessoas que voltam para a sua terra reentram, mas eu não consigo. E explicou: ainda tenho familiares no Darfur, mas não posso imaginar-me em segurança se regressar. Mai de 18 mil refugiados estão instalados no campo de Djabal. Na grande maioria naturais do Darfur, estão renitentes à ideia de regressar às suas terras. Estamos a trabalhar para um eventual repatriamento, mas enquanto a situação não melhorar eles não regressarão, explica aminata Gueye, representante do alto Comissariado para os Refugiados (aCNUR). Calcula-se que haverá à volta de 1,7 milhões de refugiados do Darfur registados em diferentes campos, dos quais 264 mil estarão instalados no leste do Chade. Semana a semana, há casos de refugiados que regressam à sua terra, mas rapidamente voltam para o campo. Dizem que a sua terra está ocupada por estrangeiros, que as infraestruturas estão ainda mais estragadas que nos campos de refugiados e perguntam: Como é que podemos assim estabelecer-nos nas nossas terras?. Desde 2010, quase já não se fala do Darfur. Se é verdade que diversas regiões estão claramente mais pacificadas desde 2009, também é verdade que as forças armadas e as milícias sudanesas têm mantido fortes ofensivas até 2010 e mesmo até ao início de 2011. apoiadas por bombardeamentos aéreos, estas ofensivas dirigem-se contra grupos de rebeldes do leste do Darfur. E, cada vez mais, os refugiados de Djabal sentem-se esquecidos. No princípio davam-nos mais atenção, agora já nem nos visitam. as crianças sudanesas não têm escola e estão confrontadas com diversos riscos. afetadas pela crise alimentar, as crianças dependem em grande parte da ajuda exterior. Transparece do seu estado nutricional que a taxa de desnutrição aguda é elevada. Em 2012, os meios de ajuda foram reduzidos e, com toda a probabilidade, sê-lo-ão mais ainda em 2013.