Violência gerada pela disputa de terras deixou 10 mil pessoas com necessidade urgente de assistência humanitária, junto à fronteira com o Quénia. Porta-voz do governo acusa as autoridades locais de incapacidade na gestão do problema
Violência gerada pela disputa de terras deixou 10 mil pessoas com necessidade urgente de assistência humanitária, junto à fronteira com o Quénia. Porta-voz do governo acusa as autoridades locais de incapacidade na gestão do problema Pelo menos 18 pessoas morreram, 12 ficaram feridas e cerca de 10 mil necessitam de assistência humanitária urgente, depois de três dias de violentos confrontos entre tribos rivais em Moyale, uma cidade do sul da Etiópia, na zona de fronteira com o Quénia. Os confrontos, provocados pela disputa de terras de pasto entre criadores das etnias Borana e Gabra, provocaram ainda elevados prejuízos materiais e a fuga de milhares de pessoas, que foram recebidas no Quénia, pela Cruz Vermelha local. as autoridades locais não foram capazes de solucionar as reclamações e os confrontos rebentaram. Mas a polícia federal e o governo já intervieram e todos os responsáveis foram presos. a situação está sob controlo novamente e os desalojados vão poder voltar a casa brevemente, afirmou o porta-voz do governo etíope, Simon Bereket, citado pela agência Misna. O ministro dos assuntos Federais, Shiferaw Teklemariam, acusou também os governos dos Estados vizinhos de Oromia e Somali de terem responsabilidade no agravamento da situação, que assenta numa disputa pelos recursos hídricos e pelos pastos, segundo informações veiculadas pelo site de noticias Walta. Numa região semiárida e pobre em recursos, as comunidades Borana e Gabra já se enfrentaram várias vezes, pelo controlo das zonas de pasto e das fontes de água, assim como pelo governo municipal, que desde a Constituição de 2010 tem mais poderes. a nova Lei de Bases consagra o princípio da descentralização e da hegemonia política local, portanto, torna-se essencial para o acesso à terra, água e pasto.