Combates nos bairros de Damasco, na Síria, estão a provocar milhares de deslocados, que tentam escapar ao fogo cruzado entre as tropas do regime e as forças da oposição. Muitos, mesmo sendo muçulmanos, são acolhidos em casa de famílias cristãs
Combates nos bairros de Damasco, na Síria, estão a provocar milhares de deslocados, que tentam escapar ao fogo cruzado entre as tropas do regime e as forças da oposição. Muitos, mesmo sendo muçulmanos, são acolhidos em casa de famílias cristãsNuma cidade em que a população tem vivido aterrorizada com os efeitos da guerra, as comunidades cristãs de Damasco e as comissões locais do movimento inter-religioso Mussalaha (Reconciliação) têm-se distinguido com iniciativas de solidariedade que não olham a etnias nem religiões. Segundo fontes citadas pela agência Fides, os bairros de Jaramana, Qassaa e Bab Touma, todos de maioria cristã, tornaram-se oásis de acolhimento de famílias, mulheres idosas e crianças, inclusivé muçulmanos. O encaminhamento dos novos deslocados, que se calcula serem mais de 200 mil, é assegurado por jovens cristãos. as pessoas são realojadas em escolas, igrejas, mesquitas e urbanística públicos, recebendo ajuda humanitária de uma rede de organizações cristãs constituídas pela Cáritas Síria, Conselho de Igrejas do Médio Oriente, Patriarcado Greco-Ortodoxo e Comunidade de Santo Egídio. Nos postos de acolhimento há também representantes do movimento Mussalaha, que promovem a não violência e a reconciliação. Os dirigentes do movimento realizaram um encontro em Damasco, onde reiteraram que partidários ou rebeldes podem ingressar na organização, com a única condição de renunciar às armas. Segundo afirmaram na ocasião, a reconciliação pode ser construída a partir das famílias, dos clãs e das comunidades que se encontram e se reconhecem reciprocamente.