Dezenas de milhar de pessoas prosseguem os protestos na praça Tahrir, no Cairo, Egito. O «golpe de estado», inspirado pelos militares, com a dissolução do Parlamento egí­pcio, fomenta as manifestações e o descontentamento
Dezenas de milhar de pessoas prosseguem os protestos na praça Tahrir, no Cairo, Egito. O «golpe de estado», inspirado pelos militares, com a dissolução do Parlamento egí­pcio, fomenta as manifestações e o descontentamento a opinião generalizada é que a junta militar, que deveria gerir o processo democrático do Egito, esteja a fazê-lo de maneira autoritária, controlando diversas instituições do governo. Segundo o jesuíta Samir Khalil, professor de história da cultura árabe e islamologia, na universidade Saint Joseph, de Beirute e no Pontifício Instituto Oriental, de Roma, o exército procura reequilibrar e seguir todos os jogos possíveis e as manipulações que são feitas. ao risco dos militares controlarem o poder, como no tempo de Mubarak, contrapõe-se a necessidade de não permitir que um grupo prevaleça sobre o outro, tal como aconteceu, na semana passada, com o partido islâmico que anunciou a vitória dos islamitas para influenciar o futuro.
O docente Samir Khalil participou recentemente no encontro internacional organizado pela Fundação Oásis, em Tunes, Tunísia. No final estabeleceu algumas comparações entre este país, iniciador da chamada primavera árabe, e o Egito. ainda que o partido Ennahda, que deriva dos Irmãos Muçulmanos, esteja no poder, foi claramente afirmado que não têm intenção de colocar a sharia como fundamento da legislação, tanto mais que se mostram contrários a qualquer tipo de extremismo. O próprio presidente da Republica, Moncef Marzouki, falou da liberdade de consciência. O jesuíta referiu que o presidente, na visita que fez aos trabalhos da Fundação Oásis, teve a coragem de afirmar em francês: Nós somos por uma sociedade de cidadãos. Queremos que quem é muçulmano ou cristão ou hebreu ou também ateu – e repetiu: ou ateu – tenha os mesmos direitos de todos.