Estudo de organização internacional de direitos humanos concluiu que o governo deixou a supervisão das minas às próprias empresas, sem salvaguardar as questões ambientais e sociais
Estudo de organização internacional de direitos humanos concluiu que o governo deixou a supervisão das minas às próprias empresas, sem salvaguardar as questões ambientais e sociais a indústria mineira na Índia caiu numa anarquia generalizada, em que os operadores mineiros se supervisionam a si próprios e ameaçam provocar sérios prejuízos nas comunidades afetadas pelas minas, denunciou esta sexta-feira a organização não governamental Human Rights Watch (HRW) , na sequência de um estudo ao setor. Na investigação, a que deram o nome Fora de Controlo: Mineração, fracasso regulamentar e direitos humanos na Índia, foram documentadas as acusações de que as operações mineiras irresponsáveis causaram danos à saúde, à água, ao meio ambiente e à forma de vida das comunidades. a Índia conta, teoricamente, com leis que protegem as comunidades afetadas pelas minas, mas a sua aplicação, basicamente, entrou em colapso, afirmou Meenakshi Ganguly, da HRW. a organização constatou que o governo indiano não assegurou que as 2600 operações mineiras autorizadas no país cumprem com as medidas fundamentais em matéria ambiental e de direitos humanos. Estes problemas estarão relacionados com a corrupção ao mais alto nível e já provocaram uma série de denúncias nos últimos anos, que geraram o caos político e contribuíram para o derrube de dois governos estaduais, em 2011 e 2012. O trabalho da HRW baseou-se em entrevistas a mais de 80 pessoas, nos estados de Goa e Karnataka, e também em Nova Delhi, entre residentes, ativistas e mineiros. Segundo alguns agricultores, as operações mineiras já destruíram e contaminaram ribeiros e reservas subterrâneas de água. E os camiões carregados de minério soltam nuvens de pó repletas de ferro quando passam pelas comunidades rurais, destruindo as colheitas e ameaçando a saúde dos moradores. as pessoas que se reclamaram foram ameaçadas, perseguidas ou agredidas e as autoridades governamentais não atenderam as suas queixas.