Centenas de pessoas abandonaram as suas aldeias, receando novos ataques dos rebeldes, vindos da fronteira com a Libéria. Fuga acentuou-se depois da emboscada, que causou a morte a sete militares da ONU
Centenas de pessoas abandonaram as suas aldeias, receando novos ataques dos rebeldes, vindos da fronteira com a Libéria. Fuga acentuou-se depois da emboscada, que causou a morte a sete militares da ONU O ataque da semana passada contra os capacetes azuis em missão de paz na Costa do Marfim, que causou a morte a sete militares, levou centenas de pessoas a abandonarem as suas casas e a procurarem refúgio na cidade de Tai, com medo de novos confrontos. alguns dos deslocados já estão a receber assistência humanitária das equipas das Nações Unidas (ONU). Os soldados nigerianos efetuavam patrulhas de rotina próximo da fronteira com a Libéria, quando foram atacados, na passada sexta-feira, 8 de junho. Fontes citadas pela agência Misna atribuem o ataque a indivíduos armados provenientes da Libéria, os mesmos que terão invadido várias aldeias a sul de Tai e matado oito civis e um soldado marfinense. O sudoeste da Costa do Marfim, principal região produtora de café e cacau, o ano passado pagou caro o conflito entre o presidente cessante, Laurent Gbagbo e o seu rival – o atual chefe de estado, alassane Ouattara. Três mil pessoas terão morrido durante a crise, que terminou com a prisão de Gbagbo. Mas a fragilidade da zona fronteiriça e a luta contra os numerosos grupos armados e mercenários constituem, desde há anos, um desafio para as autoridades da marfinenses e liberianas. a semana passada, a organização não governamental Human Rights Watch denunciou que militantes armados hostis ao novo governo da Costa do Marfim tinham recrutado crianças liberianos e organizado incursões na região odicental, matando pelo menos 40 pessoas, desde julho de 2011. Os rebeldes são sobretudo soldados marfinenses refugiados na Libéria e mercenários, que antes estiveram sob as ordens de Gbagbo. O agravamento da violência no oeste da Costa do Marfim coincide com o início do julgamento contra Gbabgo, previsto para 18 de junho, no Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, Holanda. O ex-presidente está acusado, entre outras coisas, de crimes contra a humanidade.