Concentram-se diariamente em frente ao Palácio de Justiça de í‡aglayan, em Istambul, durante o mês de junho, para reivindicar a libertação de mais de 100 jornalistas. a Turquia é o país no mundo com mais jornalistas presos
Concentram-se diariamente em frente ao Palácio de Justiça de í‡aglayan, em Istambul, durante o mês de junho, para reivindicar a libertação de mais de 100 jornalistas. a Turquia é o país no mundo com mais jornalistas presos a campanha de protestos começou em 6 de junho e prolonga-se até 28, com o apoio da Plataforma pela Liberdade de Jornalistas (GoP, na sigla em turco), organização que reúne 98 associações de imprensa da Turquia. Denominada Dias de Testemunho, a campanha reúne diariamente 40 colegas de profissão, amigos e parentes dos presos. Os nossos colegas foram presos e estão a ser julgados sob a acusação de cometer atividades terroristas, afirma o ativista Ercan Ipekci, presidente da União Turca de Jornalistas (IGS) e porta-voz da GoP. Desde 2009, a plataforma organizou numerosas campanhas a nível nacional e internacional para contestar a detenção de profissionais da imprensa na Turquia, que se transformou no país com o maior número de jornalistas presos, inclusive ultrapassando a China e o Irão.

altos funcionários do governo turco afirmaram que não há jornalistas presos no país, mas assassinos, ladrões ou terroristas. a plataforma rebate: Somos testemunhas das suas atividades jornalísticas. ao todo são 102 jornalistas atrás das grades: 15 foram condenados e os outros 87 estão a ser julgados. Neste número não estão incluídos outros tipos de funcionários de imprensa presos, nem estudantes universitários, escritores, académicos e ativistas de direitos humanos que estão na prisão por expressar opiniões contrárias às do governo. O panorama torna-se ainda mais sombrio quando contabiliza que, desde 2009, outros 70 jornalistas passaram algum tempo na prisão antes de serem postos em liberdade provisória, a aguardar julgamento. ao todo, 180 jornalistas passaram pela prisão nos últimos três anos, e 22 dos atuais presos são mulheres.

ao receber o prémio à liberdade de expressão, na semana passada, atribuído pela União de Editores da Turquia, o repórter do jornal Radikal, Ismail Yilmaz, declarou: Quero dedicar este prémio a minha amiga Zeynep Kuray, correspondente do jornal BirGün, que foi detida em dezembro de 2011. Os crimes de que é acusada estão relacionados com conversas telefónicas entre ela e os seus chefes ou as fontes. O que mais nos dói é o silêncio da maioria dos meios de comunicação sobre esta criminalização tão evidente do trabalho jornalístico, lamenta o repórter. Desde 2005, o código penal turco contém 27 artigos que permitem prender pessoas pelas suas opiniões. as entidades pedem a abolição de alguns artigos da lei antiterrorista, uma das responsáveis pela maioria das prisões de jornalistas.