O desemprego continua na ordem do dia. Em termos reais, haverá um milhão e 240 mil desempregados. as famílias sofrem as consequências: umas não sabem como sobreviver e outras esperam melhores dias para se formar
O desemprego continua na ordem do dia. Em termos reais, haverá um milhão e 240 mil desempregados. as famílias sofrem as consequências: umas não sabem como sobreviver e outras esperam melhores dias para se formarO número de pessoas disponíveis para trabalhar, mas sem emprego, já ultrapassava um milhão no final do último trimestre de 2011, apesar de os dados oficiais referidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontarem para uma taxa de 14,9% mais recentemente. O Eurostat avançou que, em março, Portugal já tinha atingido a taxa de 15,3%, um nível histórico que coloca o nosso país no terceiro lugar da lista de países da União Europeia (UE) com mais desempregados.

O desemprego é uma realidade a que não poderemos fugir e quanto mais tempo demorar a crise económica que atravessamos, maior será o número de pessoas que serão atingidas pela falta de trabalho e consequente carência de meios. É tão óbvia a necessidade de encontrar soluções para manter empregos e criar novos postos de trabalho, que não passa pela cabeça de ninguém que os responsáveis governamentais não façam todos os esforços possíveis para o conseguir. Não sendo uma tarefa fácil, é uma obrigação que cabe essencialmente a quem detém o poder, devido ao seu impacto social. Recentemente o Instituto de Emprego (IE) revelou que o número de casais desempregados aumentou mais de 70% no último ano, ou seja, são já quase 8 mil casais em que os dois membros não têm emprego. O número de casais desempregados atinge assim um novo recorde, numa altura em que a taxa de desemprego está no nível mais elevado de sempre em Portugal. Mas atenção que estamos a falar de números veiculados pelo IE que sendo oficiais, não são totalmente abrangentes, pois nem todos os casais desempregados recorrem (por razões diversas) ao Instituto de Emprego. O governo tem planos de incentivo anunciados para o setor, desconhecendo-se ainda a sua eficácia, mas que poderão ser uma pequena ajuda para minorar o problema. Recentemente o secretário de Estado da administração Interna anunciou que o governo quer utilizar desempregados e beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) em ações de gestão e vigilância das florestas.como não são conhecidas as condições em que as mesmas vão ocorrer, isso impede-nos de avaliar a medida, embora tudo quanto seja feito para atenuar o desemprego seja bem-vindo. No que respeita às consequências do desemprego, especialmente das famílias, será bom ter em conta que a juntar às graves dificuldades que estas enfrentam, muitas novas famílias que se poderiam formar, não o fazem, adiando a oportunidade sem se saber se mais tarde poderão concretizar. E ao adiar a formação de novas famílias estamos a acumular os problemas existentes quanto à demografia populacional, ou seja, continuam a aumentar as pessoas idosas, baixando o número de nascimentos. É caso para perguntar aos governantes – e até a cada um de nós, por que não? – É este o Portugal que queremos para o futuro?