Diretor do centro de refugiados «Irmãos em Caminho» denuncia crimes com vítimas do tráfico humano que atinge os migrantes que atravessam o México. Raptados, são torturados para pagarem um resgate. Quem não paga, é morto
Diretor do centro de refugiados «Irmãos em Caminho» denuncia crimes com vítimas do tráfico humano que atinge os migrantes que atravessam o México. Raptados, são torturados para pagarem um resgate. Quem não paga, é morto a situação dos migrantes é cada vez mais grave, declara o sacerdote alejandro Solalinde, diretor do centro de refugiados Irmãos em Caminho. Nos últimos dois meses, fui ameaçado seis vezes por políticos envolvidos em atividades criminosas. O motivo das ameaças é a sua ação em defesa dos direitos dos migrantes que, da américa Central, passam pelo México em comboios de mercadorias, em condições desumanas. São raptados e as mulheres violadas. Para os obrigarem ao pagamento do resgate são torturados. Quem não paga é morto.

O crime organizado gere o tráfico de seres humanos, com a cumplicidade de políticos e polícias corruptos. Sou padre e não tenho medo de levar por diante a minha missão. Continuarei a confrontar-me seja com quem for, declara o corajoso sacerdote. Já foi demonstrado que os cartéis do narcotráfico corrompem desde os funcionários da polícia municipal até aos altos cargos de funcionários do governo.

Calcula-se que 75 por cento do aparelho governativo esteja sujeito a corrupção. Se no primeiro de julho alguma coisa mudar com as eleições, é possível que venham a ser feitas descobertas surpreendentes, avisou o sacerdote. Há indícios de valas comuns clandestinas ao longo da rota migratória desde a fronteira sul até à fronteira com os Estados Unidos, através de Chiapas, Oaxaca, Vera Cruz.