Pneumonia e diarreia matam dois milhões de crianças que facilmente se poderiam salvar caso tivessem acesso aos cuidados de prevenção dessas doenças. Existe uma gritante desigualdade de tratamento sanitário entre crianças dos mesmos países
Pneumonia e diarreia matam dois milhões de crianças que facilmente se poderiam salvar caso tivessem acesso aos cuidados de prevenção dessas doenças. Existe uma gritante desigualdade de tratamento sanitário entre crianças dos mesmos paísesSe as crianças de 75 países que registam a mais elevada taxa de mortalidade infantil fossem tratadas do mesmo modo que os 20 por cento dos seus coetâneos e conterrâneos, morreriam menos dois milhões nos próximos três anos. Seriam suficientes poucas medidas para salvar estas crianças: acesso à água potável, aos serviços higiénico-sanitários, aos programas de vacinação e uma boa alimentação, sobretudo no período do aleitamento materno.

São as conclusões apresentadas num recente relatório da UNICEF, o organismo das Nações Unidas para a infância. apesar dos avanços registados no campo da saúde, os peritos das Nações Unidas afirmam que, nos países menos desenvolvidos, as crianças com idade inferior a seis meses alimentadas com o leite materno não chegam a 40 por cento. Dados recentes confirmam que 90 por cento das mortes causadas por diarreia são devidas à ingestão de água não potável, à falta de estruturas sanitárias adequadas e à falta de higiene.

Somente 60 por cento das crianças doentes de pneumonia têm a sorte de serem tratadas num centro médico e apenas 50 por cento na África a sul do Saara. Nos países menos desenvolvidos, apenas 30 por cento das crianças são tratadas com antibióticos quando lhes é diagnosticada uma pneumonia. Por outro lado, apenas 39 por cento das crianças com diarreia têm acesso a soluções hidratantes orais, correndo o risco de morrer de desidratação. Os peritos afirmam que se a população infantil dos países mais pobres tivesse as mesmas condições das crianças dos países ricos, registar-se-ia uma redução de 30 por cento das mortes por pneumonia e de 60 por cento por diarreia. a quase totalidade destas crianças vive entre as populações mais pobres da África a sul do Saara e do Sudoeste asiático.