Os 49 missionários da Consolata, reunidos em Capítulo em São Paulo, visitaram o berço do Instituto da Consolata no Brasil, em homenagem ao padre João Baptista Bí­sio e seus companheiros.
Os 49 missionários da Consolata, reunidos em Capítulo em São Paulo, visitaram o berço do Instituto da Consolata no Brasil, em homenagem ao padre João Baptista Bí­sio e seus companheiros. De madrugada, os capitulares partiram de São Paulo, a 1 de Maio, e fizeram-se a uma viagem de três horas de autocarro, rumo a São Manuel. Esperava-os o arcebispo de Botucatu e uma igreja cheia de gente para uma missa de acção de graças no santuário de Santa Teresinha.

O Capítulo geral quis prestar homenagem à memória dos missionários que deixaram o seu nome ligado a este lugar e abriram o caminho à implantação do Instituto no Brasil. Um gesto muito apreciado pela gente da terra, que não se cansou de o exaltar e agradecer.

além das pessoas da terra, cheias de memórias e saudade, acorreram a esta celebração parentes dos missionários já falecidos ou ausentes no campo de missão. Estavam também com sentido de representação os descendentes dos amigos e colaboradores da primeira hora. Ficou aqui enterrado muito suor; por aqui passaram gerações de missionários; aqui se colheram os primeiros frutos; foi aqui que abriu o primeiro seminário e se iniciou a série de ordenações, que já deram ao Instituto da Consolata mais de cinquenta missionários brasileiros. O próprio santuário em que se faz a comemoração é obra dos missionários e foi erguido em sinal de devoção à padroeira das missões.

Tudo foi evocado e reconstruído aos pedacinhos nas intervenções e discursos que marcaram as celebrações desta visita ao berço. é uma história que começou em 1937. Quando os primeiros missionários escolheram este sítio para se fixarem, São Manuel não passava de um desconhecido lugarejo, perdido na vastidão dum descampado. Hoje é cidade e sede de um Município com mais de cinquenta mil habitantes. Os missionários da Consolata puseram São Manuel no mapa e o levaram não só ao grande Brasil, mas fizeram ecoar o nome além fronteiras.

Com a sua presença e as suas obras foram factor decisivo de desenvolvimento. Um mérito especial foi atribuído por todos os intervenientes ao papel da educação. O seminário desfornou turmas e turmas de estudantes que depois singraram na vida, aceleraram o progresso da sua terra e não hesitam em reconhecer que foi a formação que ali receberam que lhes abriu o caminho.

Um nome vem sempre ao de cima: padre João Baptista Bí­sio. Sepultado neste santuário, como que a perpetuar a sua presença benfazeja, ele sintetiza todo o trabalho dos missionários e aparece como o pioneiro e homem providencial.
Chega aqui vindo da Itália aos 34 anos, já com uma vistosa folha de serviços na Somália, em África, para onde fora enviado ainda antes da ordenação sacerdotal, facto este já revelador do seu talento e maturidade.

Foram as suas qualidades humanas em combinação com um grande zelo missionário e santidade de vida que impressionaram quem o conheceu. as pessoas abriam-se à colaboração e a obra tomava corpo. Surpreendente nesta história é que, tendo o padre Bí­sio exercido uma actividade só de 10 anos – a morte levou-o prematuramente aos 44 – tenha deixado já alicerçada uma obra que ia muito além do minúsculo São Manuel e delineava uma estratégia e um projecto para a presença dos missionários da Consolata no Brasil.com razão ele é recordado no Brasil pelos missionários da Consolata como homem de visão e dinamismo e venerado como homem de Deus que deixou marca indelével.

Hoje o Instituto da Consolata reduziu muito a sua presença aqui e já só cuida de uma paróquia em São Manuel. Foi-se transferindo para espaços novos, mais carenciados, como corresponde à sua natureza missionária. Deslocou a sua acção pastoral para áreas degradadas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasí­lia, abriu uma nova frente de trabalho no Nordeste e acentuou a sua escolha clara em favor das populações indígenas do Roraima, na amazónia. E em todas estas áreas continua a convocar jovens para os seus seminários e a enviá-los depois como missionários para outros continentes.

Foto: arcebispo de Botucatu, diante do túmulo do padre Bí­sio, acompanhado pelo bispo emérito Serví­lio Conti, missionário da Consolata