a missão é um embrulho de surpresas! Quando soa no coração é uma alegria para todos. aconteceu ao Jorge Fernandes. agarrou na mala, na disponibilidade e na alegria e, ao fim de semana, durante um ano, foi para Leiria e fez inúmeros encontros de preparação
a missão é um embrulho de surpresas! Quando soa no coração é uma alegria para todos. aconteceu ao Jorge Fernandes. agarrou na mala, na disponibilidade e na alegria e, ao fim de semana, durante um ano, foi para Leiria e fez inúmeros encontros de preparaçãoComeçou por ser um novelo dentro da sua vida que necessitava de ser desenrolado, como se desembrulha um presente querido. No final, Jorge Fernandes, 37 anos, partiu para angola, em 11 de maio, como leigo missionário. Tirou uma licença sem vencimento durante três meses, ele que é assistente técnico no Instituto de ação Social das Forças armadas, em Lisboa. abandonou a sua casa no Barreiro e no Gungo, diocese do Sumbe, vai nascer um novo sorriso e uma nova alegria. Durante três meses vai viver numa comunidade com o padre Vitor Mira e mais três leigos que já estão em missão.

O projeto está ligado ao grupo missionário ONDJOYETU, nascido de uma geminação entre as dioceses de Leiria-Fátima e Sumbe, que já dura há vários anos. Jorge Fernandes começou a ouvir falar deste projeto na capela da academia Militar, em Lisboa. Nas missas dominicais o capelão, Luís Morouço, um sacerdote oriundo da diocese de Leiria, referia-se com frequência ao trabalho realizado no Gungo. Inclusive, organizou várias campanhas de apoio ao projeto. a partir daí foi um passo. Jorge Fernandes conheceu Vítor Mira, um dos grandes impulsionadores deste projeto. O resto foi a força do amor e a escuta do coração. Na hora da partida deixou pedaços da missão. Em direto:

Quais as razões que te levaram a fazer a escolha de partir em missão?
Depois de tanto ouvir falar do projeto, da parte de quem está relacionado com o trabalho que se faz no Gungo, com todos os aspetos que envolvem esta realidade, senti uma enorme vontade de participar.comecei a fazer a formação e senti que podia dar o meu contributo ativamente. Depois descobrem-se coisas novas, que desconhecia à partida. Finda a preparação, descobri que não somos nós que queremos ir para a missão, mas que somos chamados por Cristo à missão, o que é completamente diferente. Nesta altura tenho o sentimento de cumprir a missão de acordo com o seguinte: por Cristo, com a Igreja e ao serviço do irmão.

Que tipo de trabalho vais realizar no Gungo?
Nos encontros que realizámos, o padre Vitor Mira disse uma frase que me marcou: o missionário não tem uma tarefa específica a desempenhar. Temos de responder às necessidades que vão surgindo com responsabilidade. Devemos juntar esta responsabilidade à formação dos voluntários que se disponibilizam para partir no projeto. Em termos concretos, penso que posso dar apoio em termos da formação da liturgia, no cartório e ao nível da educação.

Quais as maiores dificuldades da diocese do Sumbe? Como olhas para a realidade angolana?
Hoje existem problemas profundos em termos de saúde pública, no local da missão. a mortalidade infantil é de 35-40%. São dados que refletem a enorme carência que existe na região. a nível educacional, o analfabetismo tem taxas muito altas, as escolas funcionam de uma maneira muito incipiente. Penso que a realidade angolana é mais ou menos toda assim. Mas o mais importante não são os números. O mais importante é o encontro com cada pessoa.