Permanecer na dinâmica do amor: eis o segredo que os discípulos de Jesus são chamados a atuar no concreto de cada dia
Permanecer na dinâmica do amor: eis o segredo que os discípulos de Jesus são chamados a atuar no concreto de cada diaMais uma vez a palavra permanecer é abundantemente repetida por João. O dicionário sugere o seguinte significado: conservar-se ou persistir no mesmo estado ou qualidade sem mudança. assim, podemos concluir que, na palavra, estão duas atitudes concretas: o conservar-se e/ou o persistir. Definição deveras interessante, dá conta de que permanecer não é algo estático, mas sim dinâmico. Não se trata de uma realidade morta e amorfa, mas um dinamismo que será a da lógica do amor. Permanecer no amor Essa foi a atitude que Jesus seguiu na sua vida. Permaneceu fiel ao amor do Pai, que se concretizou na realização do plano de salvação que Deus sonhara para a humanidade. À semelhança do que fez Jesus, também o discípulo sabe que o segredo para a sua vida consiste no permanecer fiel a este amor que o Pai tem para consigo. Muitas vezes, quando se fala de amor, tem-se uma visão muito romântica; ao passo que o evangelista João tem uma visão muita concreta do amor. Permanecer no amor é obediência aos mandamentos do Pai. Portanto, o amor concretiza-se na medida em que se vivem estes mandamentos. Mandamentos Uma das grandes dificuldades dos cristãos está no entender estes mandamentos de Deus. São vistos como limitadores da felicidade humana. O que não é de espantar! Também os sinais de trânsito são vistos como tal. Porém, são fundamentais para que a vida seja preservada. a dificuldade em aceitar que os mandamentos são para a vida/felicidade está na sua construção. Quase todos começam com um não. Ora na nossa mentalidade não significa limitar algo a que supostamente tenho direito. Talvez os mandamentos devessem ser rescritos de uma forma positiva. Mas Jesus tem uma solução. Deixa um mandamento novo, que não começa com um não: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. amor partilhado a dinâmica de amor que o discípulo é chamado a experimentar na sua vida não se esgota na sua relação com Deus. Torna-se concreta quando o discípulo partilha esse amor com o irmão e a irmã que está ao seu lado. Se o amor não é partilhado, mas é egocêntrico, não pode produzir fruto. É um amor falso: Se alguém disser: Eu amo a Deus, mas tiver ódio ao seu irmão, é um mentiroso. aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão (1Jo 4-21-22).