“Não defender os povos indígenas e a sua terra é um verdadeiro genocídio”, declaram os bispos brasileiros numa nota da Conferência Episcopal. Cabe aos povos indígenas o direito de serem ouvidos sobre as questões que lhe dizem diretamente respeito
“Não defender os povos indígenas e a sua terra é um verdadeiro genocídio”, declaram os bispos brasileiros numa nota da Conferência Episcopal. Cabe aos povos indígenas o direito de serem ouvidos sobre as questões que lhe dizem diretamente respeito a defesa dos territórios e dos direitos das populações indígenas dos Quilombolas é feita numa nota de 24 de abril, onde os bispos deploram o adiamento do processo administrativo da demarcação, assim como “a invasão e o desfrutamento das terras dos povos tradicionais. O texto chama a atenção sobre as condições de discriminação e sobre os assassinatos que destroem o povo Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul. Trata-se de um verdadeiro genocídio, que mancha a imagem do Brasil como país que defende os direitos humanos. Recusamos com veemência o ataque desferido pelo grupo ruralista e por outros segmentos do Congresso nacional, contra os direitos dos povos indígenas, consagrados na nossa Constituição, através do projeto de alteração constitucional PEC 215/2000, lê-se na nota. Durante a conferência de imprensa, o presidente da comissão Pastoral da Terra, Enemésio Lazzaris, bispo de Balsas, fez notar que as grandes obras, como a construção de barragens e estruturas para a exploração dos recursos minerais, têm um grande impacto nestas comunidades e acabam por expulsá-las dos seus territórios. O território é mais do que a própria terra; é uma relação que se constrói no local em que se vive, onde os antepassados viveram, onde cresceram e onde se formam famílias, sublinhou o prelado. O presidente da comissão episcopal da amazónia, cardeal Cláudio Hummes, na sua intervenção afirmou que a amazónia tem um papel específico no contexto mundial e por isso a população local tem o direito de ser ouvida em primeira mão sobre as questões que lhe dizem diretamente respeito. Deveriam estar em condições de decidir o que é importante para eles. Geralmente não acontece assim. as suas terras são invadidas e eles são espezinhados .