anacleto Oliveira será o responsável da zona pastoral do Oeste, da diocese de Lisboa, entre Mafra e alcobaça. Continuará também a exercer funções académicas. O seu lema é: “Escravo de todos”.
anacleto Oliveira será o responsável da zona pastoral do Oeste, da diocese de Lisboa, entre Mafra e alcobaça. Continuará também a exercer funções académicas. O seu lema é: “Escravo de todos”. FM: Quais serão as suas funções como bispo auxiliar?

a. O. :Terei mais à minha responsabilidade a zona oeste do patriarcado, entre Mafra e alcobaça. é uma responsabilidade pastoral de contacto com os párocos e fiéis. além disso há uma certa divisão de sectores de acção pastoral. Depois todas as funções episcopais normais.

além disso continuarei com uma actividade académica, junto com outros dois dos quatro bispos auxiliares de Lisboa. Houve já contacto com a faculdade de teologia da Universidade Católica de Lisboa nesse sentido.

Claro que é uma actividade nova e é um desafio. Tem os seus riscos, mas que eu encaro com optimismo.

FM: a formação de base é essencial. Na sua opinião, estamos a formar de modo adequado os nossos agentes pastorais?

a catequese tem que ser vista num âmbito alargado. Claro que a catequese de crianças e adolescentes é fundamental e está a fazer-se um esforço de renovação. Há já uma grande renovação ao nível dos catecismos.

O problema maior é a falta de formação, e às vezes de prática cristã, dos agentes pastorais. Há um grande esforço e boa vontade, mas às vezes faltam as bases. Infelizmente, muitas vezes, o final da catequese coincide com o fim da prática cristã. Esta é a grande questão para a qual não tenho uma resposta a curto prazo. é necessário criar nos jovens um grande amor pela mensagem cristã.

Há necessidade de um maior investimento na formação dos agentes pastorais. é urgente formar animadores de grupos. Pessoas que levam as nossas crianças e adolescentes a assumir a mensagem cristã, deixando a sua própria vida ser transformada. a catequese necessita incluir todo um leque de actividades em que eles e elas tenham uma experiência de grupo, assumindo eles mesmos o papel de transmitir a mensagem cristã.

FM: O lema que escolheu foi “Escravo de todos”. Pode explicar-nos as suas razões para escolher este lema?

a. O. :é um lema que já provocou muitas reacções. Tanto que no próprio folheto da liturgia tenho uma explicação. Inspiro-me no episódio dos filhos de Zebedeu, que pedem um lugar à direita e outro à esquerda do Senhor. Na sua resposta afirma que “quem quiser ser grande faça-se vosso escravo”. Muitas vezes é traduzido como “servo”, mas a palavra usada é escravo e a minha intenção é reabilitar essa palavra.

Escravo é uma pessoa totalmente dependente, por isso mesmo, merecedora de confiança total. é o melhor “embaixador” entre o seu Senhor e as outras pessoas. a autoridade foi sempre algo que me fez reflectir, mais agora como bispo. Por isso o meu lema dá uma dimensão às minhas funções como bispo. Ser escravo de Deus e da comunidade para melhor poder anunciar.