Escreve o bem conhecido padre Zézinho. No seu estilo e ortografia bem brasileiros. a propósito da relação entre os meios de comunicação social e a Igreja.
Escreve o bem conhecido padre Zézinho. No seu estilo e ortografia bem brasileiros. a propósito da relação entre os meios de comunicação social e a Igreja. Na mesma semana em que terminaram as exéquias de João Paulo II as manchetes das principais revistas já estavam, de novo, distinguindo claramente entre os elogios ao papa, que certamente os mereceu, e reparos a esta ou aquela atuação do finado Pontífice. Poupam o papa que, afinal foi amado por milhões de pessoas e não apenas porque soube usar a mí­dia. Tinha carisma e tinha valores incomuns. Não poupam a Igreja Católica.

O debate de certos colunistas é mais do que um jogo de braço contra a Igreja. a Igreja, por sua hierarquia julga representar milhões de católicos e os colunistas agem como porta-vozes de uma corrente de pensamento. Se sua coluna é lida e se lá continuam, é porque a revista os acha relevantes para os propósitos daquele veículo. assim, a revista Veja, dois dias depois do sepultamento do papa estampava quatro artigos, um deles sugerindo que a Igreja se retirasse para o inferno. andré Petry não quer um papa brasileiro porque não seria bom para o país, Tales alvarenga , um pouco mais brando mostra um papa reacionário, e Diogo Mainardi , sempre polêmico, sugere que o lugar da Igreja seja lá atrás, no lugar de sempre: as profundezas do inferno. Roberto Pompeu de Toledo, bem mais sereno, mostra o papa como um hierarca que soube estar na mí­dia sem ser dela, fazer Política forte e ser o missionário que sua igreja não tem sido.

São duros mas devem ser lidos. O país é uma democracia e todos podem falar e escrever as suas verdades. alguns nos ofendem com rudeza. Outros mostram fatos que devemos analisar. Não nos cabe ouvir só os elogios. Não seria cristão. Mas há um tipo de escritor e colunista que não morre de amores pelos católicos. Se aparece algum excepcional e mais sereno deixam claro que ele é uma exceção. a Igreja que produziu santos humildes e caridosos também tem outros fiéis bem menos admiráveis. Falam desses.como suas ideais de embrião, utilização de células-tronco, feto, reprodução humana, eutanásia, morte assistida, camisinha, divórcio, união de homossexuais, lugares de culto e lugar da religião, diferem das nossas, usam do poder que possuem e falam. Nós usamos do nosso e também falamos.

Este país por enquanto é uma democracia. Quer queiramos quer não, trata-se de confronto. Nós queremos influenciar e eles também.
arranjam-nos adjetivos nada simpáticos. Nós raramente os apelidamos.
Para nós são jornalistas. Para eles ou somos conservadores, ou progressistas nisso e conservadores naquilo, mas não resistem a nos adjetivar. Eles podem. Nós é que não podemos. a fé cristã não permite rotular uma pessoa dessa forma, a menos que ela como tal se proclame.

Que os católicos se acostumem a isso, se católicos desejam prosseguir. O assunto é vida humana, direitos da pessoa, amor e família. Eles têm outra noção e outros valores. E têm poder. E dele se utilizam. Leiamos o que escrevem, mas sejamos honestos para conosco.
Leiamos também o que nossas revistas católicas escrevem. **Quem assina aquelas revistas, assine também uma revista católica**, dessas que vão além de reflexões espirituais e de piedosos conselhos fraternos.
Estas também são importantes, mas existem outras que vão mais fundo no dogma e na sociologia. além disso, visite a Internet. Católicos também têm argumentos!*Procure-os. * Não cairão de para-quedas na chaminé de sua casa. *Se não ler, não vai saber!*