Homem-bomba matou 53 pessoas em mais um atentado contra a comunidade xiita neste sábado, 14 de janeiro, último dia do arbaeen, em que os peregrinos prestam a sua homenagem à memória do imã Hussein, figura essencial do Islã xiita
Homem-bomba matou 53 pessoas em mais um atentado contra a comunidade xiita neste sábado, 14 de janeiro, último dia do arbaeen, em que os peregrinos prestam a sua homenagem à memória do imã Hussein, figura essencial do Islã xiitaalém dos 53 mortos, o ataque aos devotos xiitas nos arredores da cidade portuária de Basra, Iraque, deixou 137 feridos. a violência enquadra-se na disputa política em que o país está envolvido. O governo liderado pelos xiitas contra o principal bloco apoiado pelos sunitas enfrenta tensões sectárias, menos de um mês depois da retirada das forças norte-americanas. a violência foi o último episódio numa onda de ataques contra peregrinos xiitas durante as duas semanas que precederam o arbaeen, que marca os 40 dias depois da comemoração da ashura, em recordação ao assassinato do Imã Hussein pelo exército do califa Yazid, em 680. Contam-se mulheres e crianças entre os mortos e feridos do ataque à bomba. O número de mortes foi o mais alto desde os ataques xiitas em Bagdade e no sul do Iraque, que mataram 70 pessoas em 5 de dezembro. O suicida estava a distribuir alimentos aos peregrinos que caminhavam para Khutwa Imam ali, nos arredores de Basra, junto a um posto de controle. Um soldado estava no comando de uma paragem dos peregrinos para descanso. Quando estava a empurrar o homem, algo aconteceu e o soldado caiu no chão, conta uma testemunha ocular. Nesse momento o homem fez-se explodir. Vi dezenas de mulheres e crianças no meio dos feridos, explicou o homem de 42 anos. Milhares de peregrinos viajam mesmo perante a ameaça rebelde sunita. a batalha do século VII, próximo de Karbala, está no centro da divisão histórica entre xiitas e sunitas. Mais de 15 milhões de peregrinos passaram pela cidade nas duas semanas que antecedem o fim das comemorações, incluindo cerca de 500 mil provenientes do estrangeiro. O governador de Karbala, amal al-Din al-Har, garantiu que, até ao momento, os serviços não tiveram problemas. Cerca de 35 mil polícias e militares foram destacados para garantir a segurança durante as cerimónias. Este ano, é a primeira vez que as tropas do Iraque foram responsabilizadas sozinhas pela segurança da arbaeen, desde a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003, já que as tropas americanas deixaram o país no mês passado.