Páscoa de esperança. Os habitantes de Micoahumado, na Colômbia, conseguiram que os guerrilheiros do Exercito de Libertação Nacional removem-se as minas colocadas nas estradas, em redor da aldeia deles.
Páscoa de esperança. Os habitantes de Micoahumado, na Colômbia, conseguiram que os guerrilheiros do Exercito de Libertação Nacional removem-se as minas colocadas nas estradas, em redor da aldeia deles. Na aldeia de Micoahumado, na Colômbia, a Páscoa será especial. Situada na serra de São Lucas, uma cadeia montanhosa a sul de Bolívar, Micoahumado significa macaco defumado, uma comida habitual dos mineiros que aí chegaram no princípio dos anos 60.
Pela primeira vez em três anos, o camponês João Baptista pôde carregar um saco de feijões na sua mula e dirigir-se de Micoahumado para La Caoba, sem medo de pisar e rebentar uma das minas anti-pessoais colocadas pelo Exército de libertação Nacional (ELN). Calhou-lhe a sorte de inaugurar os 15 quilómetros de estrada, agora limpos de minas, que ligam as aldeias de Micoahumado, El Reflejo, La Caoba e La Guásima.
Em 2004, na Colômbia, morreram 600 pessoas vítimas de minas anti-pessoais. Muitas dela eram crianças. Cansados de serem esquecidos pelo governo central e impedidos de se deslocarem, por medo de das minas, os habitantes dirigiram-se aos combatentes do ELN. “Pedimos para retirarem as minas e eles aceitaram. Não nos disseram quantas ficaram, mas sabemos que a estrada ficou limpa”, disse João Baptista. O camponês foi testemunha da destruição causada pelas minas, chamadas quiebrapatas.
a “reabertura” da estrada foi celebrada como o acontecimento mais importante da última década. Reuniu representantes governamentais de Bogotá, representantes da diocese de Magangué, das Nações Unidas e do Programa de Desenvolvimento e Paz, de Magdalena Médio, liderado pelo jesuíta Francisco de Roux. “Estão a mostrar a todos o caminho para a paz na Colômbia. a solução não são as armas, mas a coragem,” disse o sacerdote.
a Páscoa reacendeu a esperança que a paz poderá regressar, em breve a Micoahumado, apesar da pobreza e da escassez das colheitas.