Um artigo de Orlando Marquez, publicado na revista «Palabra Nueva» alude ao apelo da Igreja católica cubana ao presidente Raúl Castro para alterar a Política migratória e “restabelecer a justiça” entre todos os cubanos
Um artigo de Orlando Marquez, publicado na revista «Palabra Nueva» alude ao apelo da Igreja católica cubana ao presidente Raúl Castro para alterar a Política migratória e “restabelecer a justiça” entre todos os cubanosÉ uma questão de justiça e uma necessidade para o futuro de Cuba, segundo o director da revista católica, Orlando Marquez, alterar a política migratória do governo e restabelecer a justiça neste campo. O jornalista critica, na página da net da «Palabra Nueva, as excessivas e irritantes restrições ao movimento migratório na lei cubana e destaca a importância de actualizar essa política. Certamente somos uma nação fragmentada desde há várias décadas, que procura reorganizar-se e restabelecer os laços para compreender a sua própria história passada e reconstruir o presente, lê-se no texto. Trata-se de um ato de justiça para os emigrantes cubanos e que têm mais direito do que cidadãos de outros países a visitar Cuba. Os motivos que os levaram a sair – seja por haver um governo revolucionário há 50 anos, por pressões políticas, laços familiares ou a procura de melhores oportunidades económicas – por si só não retiram a estas pessoas [que emigraram] a sua condição de cidadãos cubanos.

Orlando Marquez mostra as graves contradições da lei cubana sobre a migração, lembrando que ela não admite a dupla nacionalidade e quem adquire uma nova nacionalidade perde a cubana. É incoerente – para não dizer indecoroso – exigir aos emigrantes nacionais que visitem o país com passaporte cubano – embora tenham adquirido a nacionalidade do país onde residem – e cobrar-lhes um caríssimo visto de entrada estampado num passaporte que os reconhece e identifica como cidadãos cubanos.

O presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou em agosto passado que o governo estava a trabalhar para a flexibilização da política migratória. No entanto não indicou se a nova lei incluirá medidas como a supressão do chamado cartão branco ou autorização de saída obrigatória, que todos os cubanos têm de pedir para sair do país. Segundo o presidente cubano, o objectivo é contribuir para aumentar os vínculos da nação com a comunidade emigrante, cuja composição é diferente da existente nas primeiras décadas da Revolução.