“Ser missionário significa dar-se totalmente pelo Reino de Deus. Significa desprender-se de todos e de tudo e viver somente para o Reino de Deus e o seu anúncio”
“Ser missionário significa dar-se totalmente pelo Reino de Deus. Significa desprender-se de todos e de tudo e viver somente para o Reino de Deus e o seu anúncio”Na Tanzânia, um país da África oriental onde trabalham os Missionários da Consolata desde 1919, há uma expressão que diz: Quem é chamado, é enviado. a expressão define o cristão de alto a baixo. O Deus que nos chamou a existir, que nos chamou a si no baptismo, envia-nos continuamente como seus missionários a todos os que vivem perto ou longe de nós. É esta a vocação primária de cada um de nós. Porque nós somos Igreja, e a Igreja é sacramento universal de salvação, e é, por sua natureza, missionária, como diz o Decreto sobre a actividade Missionária da Igreja, do Concílio Vaticano II.

Há muitas maneiras de ser missionário. Há aqueles e aquelas que ouvem no seu coração uma chamada especial de Deus para se tornarem, por toda a vida, membros de congregações missionárias, e que a uma certa altura partem para outras terras para lá anunciarem o evangelho. Há leigos missionários que partem por um certo tempo para os campos de missão, onde exercem o seu apostolado de muitas maneiras. Há pessoas gente que sofrem imensamente, no corpo ou no espírito, e se oferecem como vítimas preciosas pelo trabalho missionário.

a maior parte das pessoas fica nas suas terras e nas suas famílias: não parte no corpo, mas sim no espírito: Compõem a retaguarda das missões, aqueles sem os quais os missionários lá longe pouco fariam. São missionárias estas pessoas, porque dão uma ajuda económica que permite à Igreja das missões de fazer imensos trabalhos necessários à proclamação do Reino de Deus. Muitos são missionários pela oferta da sua vida ao Senhor; pela oração que acompanha os missionários onde quer que vivam, para que o seu trabalho produza fruto. a oração atinge os missionários instantaneamente, leva-lhes o auxílio da coragem e do entusiasmo tão necessários a quem às vezes vive em dificuldades desgastantes, ou mesmo num ambiente de incompreensão ou oposição total, por Cristo.

Recordo um meu colega de seminário, o padre Ivan. Era um sonhador da missão na terra para onde tinha sido enviado. Estava só na sua missão, um lugar desconhecido nas grandes florestas amazónicas da américa do Sul. Um dia decidiu ir visitar uma aldeia de índios a três dias de viagem. E lá foi, na sua canoa a motor, sozinho. a um dado momento a canoa chocou contra o tronco de uma árvore escondida debaixo das águas do grande rio. Ivan foi projectado pelos ares. a canoa virou-se. Ivan perdeu os sentidos e afundava-se suavemente no rio. De repente, acordou e sentiu que lhe roçava a pele algo semelhante a um terço, a que se agarrou com ambas as mãos. Pouco a pouco compreendeu que o terço’ era a cadeia de argolas de ferro da canoa que pendia dentro das águas. agarrou-se a ela e conseguiu atingir a superfície. Continuou a sua viagem e, finalmente, regressou à missão onde vivia. Poucos dias depois, recebeu uma carta de sua mãe, vinda de milhares de quilómetros de distância, da Europa, bastante aflita, porque no dia tal de tal, tinha tido uma premonição que qualquer coisa de grave sucedera a seu filho. Os dias seguintes passara-os ela agarrada ao seu terço pelo seu filho missionário. aquele dia tinha sido o dia do acidente, quando ele se agarrou a um terço’ que afinal era uma cadeia salvadora! Ide, todos, com o coração e o espírito, dia após dia, ajudar os missionários que na brecha anunciam o Reino. E sede missionários aqui. Deus é bom pagador!