Suu Kyi julga “positivas” as mudanças, mas mantém reservas quanto ao processo de democratização em curso na Birmânia desde Novembro passado. a opositora birmanesa afirma que “há um longo caminho a percorrer”
Suu Kyi julga “positivas” as mudanças, mas mantém reservas quanto ao processo de democratização em curso na Birmânia desde Novembro passado. a opositora birmanesa afirma que “há um longo caminho a percorrer”Tenho dito sempre que sou uma optimista prudente e continuo cautelosa. acredito verdadeiramente que o presidente [Thein Sein] quer introduzir mudanças positivas, declarou aung San Suu Kyi, numa entrevista exclusiva à agência aFP. Resta saber até que ponto ele conseguirá atingir os seus fins. aung San Suu Kyi disse ainda que há um longo caminho a percorrer” e pôs de lado a possibilidade de um levantamento popular no país, idêntico aos que têm sacudido o Médio Oriente.

a Birmânia precisa de uma revolução de mentalidades, explicou a opositora. Todos sabemos que os problemas da Líbia vão continuar. Mesmo se conseguirem livrar-se de todos os membros do antigo regime e estabelecer um novo governo, continuará a haver dificuldades: a amargura vai continuar; as feridas permanecem abertas durante muito tempo”, afirmou aung San Suu Kyi, prémio Nóbel da Paz, de 1991. Desde as eleições de Novembro, a junta militar birmanesa dissolveu-se e passou o poder para um governo civil. Todavia o país continua a ser controlado pelos militares. Libertada em Novembro passado, após sete anos de prisão domiciliária, aung San Suu Kyi, reuniu-se, recentemente, pela primeira vez com o presidente Thein Sein.

Nas eleições gerais de 1990, o partido de Suu Kyi conquistou 59 por cento dos votos em todo o país e obteve 392 dos 485 assentos no parlamento. Na altura já estava em prisão domiciliária, permanecendo nesta condição durante cerca de 15 dos 21 anos que decorreram desde 1990 até à sua libertação, em Novembro de 2010. Filha de aung San, o herói nacional da independência da Birmânia (também chamada Mianmar), Suu Kyi tinha apenas dois anos de idade, quando o seu pai foi assassinado. Depois de ter vivido em Londres, regressou ao seu país em 1988, por altura da morte da mãe. O seu regresso coincidiu com a eclosão de uma revolta popular espontânea contra 26 anos de repressão política e de declínio económico do país. Em pouco tempo, Suu Kyi tornou-se a líder do movimento de contestação ao regime militar.