Papa faz 24º viagem apostólica a ancona, para encerrar o congresso eucarí­stico nacional italiano, prosseguindo com tradição iniciada por Paulo VI em 1977
Papa faz 24º viagem apostólica a ancona, para encerrar o congresso eucarí­stico nacional italiano, prosseguindo com tradição iniciada por Paulo VI em 1977«Uma espiritualidade eucarística é a alma de uma comunidade eclesial que supera divisões e contraposições e valoriza as diversidades de carismas e ministérios colocando-os ao serviço da unidade da Igreja, da sua vitalidade e da sua missão, afirmou o Pontífice na Eucaristia, celebrada ao ar livre e que encerrou o congresso eucarístico nacional. Cerca de cem mil fiéis participaram nos trabalhos que duraram uma semana.

Bento XVI defendeu que a espiritualidade eucarística é «verdadeiro antídoto ao individualismo e ao egoísmo que muitas vezes caracterizam a vida quotidiana, leva à redescoberta da gratuidade, da centralidade das relações, a partir da família, com particular atenção a sarar as feridas daquelas desagregadas. Essa espiritualidade eucarística ajudará a «a aproximarmo-nos das várias formas de fragilidade humana conscientes de que elas não ofuscam o valor da pessoa, mas exigem proximidade, acolhimento e ajuda.

O bispo de Roma condenou a «ilusão de ideologias que querem pôr Deus de lado, ou que o toleram «como uma escolha privada. Muitas vezes – disse aos fiéis – «confundimos a liberdade com a ausência de vínculos, com a convicção de podermos fazer tudo sozinhos, sem Deus, que é visto como um limite à liberdade. Esta é uma « ilusão que não tarda a converter-se em desilusão, gerando inquietação e medo, levando, paradoxalmente, a retomar as cadeias do passado, disse ainda.

Durante a homilia, o presidente da celebração apelou a uma «renovada capacidade educativa, pronta a testemunhar os valores fundamentais da existência, do saber, do património espiritual e cultural, bem como pela «construção de uma sociedade mais equitativa e fraterna. Em particular, o Papa referiu a necessidade de os fiéis se empenharem em «restituir dignidade aos dias do homem, conciliando família com outras actividades e superando a incerteza do trabalho precário e o desemprego.

«alimentar-se de Cristo é o caminho para não permanecer estranhos ou indiferentes à sorte dos irmãos, mas entrar na mesma lógica de amor e de dom do Sacrifício da Cruz; quem sabe ajoelhar-se diante da Eucaristia, quem recebe o Corpo do Senhor não pode deixar de estar atento, no dia a dia às situações indignas do homem e sabe inclinar-se em primeira pessoa sobre as necessidades, sabe partir o próprio pão com o faminto, dividir a água com o sedento, revestir o que está nu, visitar o doente e o preso, concluiu.