Maior grupo muçulmano separatista das Filipinas rejeitou nesta terça-feira, 6 de Setembro, qualquer negociação de paz se o governo não mudar a sua oferta de autonomia para as regiões de influência muçulmana
Maior grupo muçulmano separatista das Filipinas rejeitou nesta terça-feira, 6 de Setembro, qualquer negociação de paz se o governo não mudar a sua oferta de autonomia para as regiões de influência muçulmanaO secretário do painel negociador da Frente Moro para a Libertação Islâmica (FMLI) divulgou um comunicado no seu site, em que afirma: Por enquanto, não há nada sobre o que falar, porque os dois pensamentos estão muito afastados. Jun Mantawil acrescentou: O governo das Filipinas fala de integração e apresenta-a como autonomia, mas a FMLI não aceitará nada que seja diferente de uma autonomia genuína. O representante dos insurgentes reivindicou um maior protagonismo dos mediadores internacionais para desbloquear o processo, depois que a FMLI rejeitou uma oferta de aumento do auto-governo na Região autónoma de Mindanao, que agrupa cinco províncias de maioria muçulmana, no sul do país.

a FMLI avançou com a sua posição, depois que o governo filipino anunciou a intenção de organizar uma reunião em Kuala Lumpur, este mês, depois da reunião de há duas semanas na capital da Malásia. a organização islâmica considera irrenunciável a sua aspiração de autonomia, a que chama subestado. Tal estatuto abrange áreas como a polícia e a educação, embora sem exército próprio.

O governo e a FMLI retomaram as conversas em Fevereiro passado, depois da ruptura ocorrida em 2008 quando a conclusão das negociações já estava próxima. Controlada pelos sultanatos malaios de Jolo e Maguindanao, até a chegada dos colonizadores espanhóis, a ilha de Mindanao é agora o lar de quatro milhões de muçulmanos que convivem com nove milhões de católicos.
Constituída formalmente em 1984, a FMLI nasceu de uma cisão da Frente Moro de Libertação Nacional, quando esta aceitou negociar com o regime de Ferdinando Marcos uma solução que não fosse a independência. a organização conta com cerca de 12 mil militantes e é o maior grupo separatista das Filipinas. Quase quatro décadas de conflito étnico, religioso e tribal provocaram milhares de mortes nos dois lados e cerca de dois milhões de refugiados.