às vezes, na missão aparecem situações inesperadas. Natural e paroquiana do Guiúa, Dulce Chaquisse foi residir para Maputo, por motivos particulares. Lá seguiu a sua vida, trabalhando como modista
às vezes, na missão aparecem situações inesperadas. Natural e paroquiana do Guiúa, Dulce Chaquisse foi residir para Maputo, por motivos particulares. Lá seguiu a sua vida, trabalhando como modistaUm dia os seus passos cruzaram-se com os de agostinho Bitone, polícia em Maputo. É oriundo do longínquo Niassa, distrito de Mecanhelas e foi colocado na capital para exercer a sua profissão. Os dois mil quilómetros que os separavam desapareceram quando se encontraram em Maputo e à medida que se foram conhecendo. Decidiram construir uma vida juntos e, como é tão habitual nestas latitudes, logo apareceram os filhos, a antecipar um compromisso maior que só o matrimónio pode trazer.

Para lá da distância geográfica, separava-os também a cultura, tão diferente no norte, sociedade matrilinear, e no sul, patrilinear, e a própria religião. Dulce é católica e agostinho de educação muçulmana. Esta divergência foi adiando a sua união religiosa, até se lhes abrir a oportunidade de celebrarem o sacramento do matrimónio com disparidade de culto. Decidida a boda, quis a noiva regressar à sua paróquia de origem e, curiosamente, eu que fui o pároco celebrante, também fui pároco de Mecanhelas, como se nessa coincidência se reflectisse também a união dos cônjuges.

antes da celebração, os noivos pediram ainda para que depois do seu compromisso, pudessem ser baptizados os seus dois filhos. Mais um motivo de júbilo, para um dia já tão feliz, e o bonito compromisso de educar conjuntamente os dois filhos que quiseram acolher sob a fé católica.